O Ministério Público em Cabo Delgado anunciou nesta terça-feira (06) a detenção de oito pessoas, entre quais sete agentes do Estado e funcionários de empresas públicas e/ou participadas pelo Estado, em conexão com o contrabando de espécies proibidas.
As detenções têm a ver com o confisco recente, pela polícia da Tanzânia estabelecida no Aeroporto Internacional de Dar Es Salaam, de caixas contendo pontas de marfim e outras peças de animais selvagens, que haviam sido despachadas, no passado dia 27 de Maio, a partir do Aeroporto de Pemba, tendo como destino Kuala Lumpur, na Malásia.
“Carta” apurou que a carga fora expedida pela firma Zein Mariscos, LDA, baseada em Pemba, concretamente no Bairro Expansão.
A quantidade exacta da mercadoria furtiva foi agora revelada: trata-se de 166 pontas de marfim embaladas em 16 caixas, cinco caixas de ossadas de diferentes animais selvagens ainda por identificar, 20 dentes e 65 garras de leão.
A porta-voz do Ministério Público em Cabo Delgado, Noémia Madeira, disse que, dentre os detidos, estão três colaboradores das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), um funcionário das Alfândegas, um membro da Polícia da República de Moçambique, um funcionário da Direcção Provincial das Actividades Económicas e um Agente Económico.
Todos os detidos, à excepção do agente económico, estavam afectos ao Aeroporto de Pemba. As autoridades ainda não sabem total da mercadoria no mercado negro. A mesma foi despachada sem ter passado passado por um Scanner de inspecção pré-embarque.
Sem revelar o nome, a porta-voz do Ministério Público em Cabo Delgado disse que os detidos criaram uma empresa fictícia para concretizar o seu plano.
Uma Nota Conjunta da LAM e da Aeroportos de Moçambique enviada para a nossa redacção, detalhou que um passageiro declarou, num voo Pemba/Dar Es Salaam, no passado dia 27 de maio, caixas contendo marisco (lagostas), quando na verdade tratava-se de pontas de marfim e ossos de animais selvagens.(Carta)