Durante o primeiro trimestre de 2023 corrente, o sector bancário nacional favoreceu mais famílias que empresas na hora de emprestar dinheiro para consumo ou investimento. O crédito às empresas caiu 0.3 por cento, enquanto os empréstimos às famílias cresceram 12.9 por cento.
Dados tornados públicos há dias, pelo Banco de Moçambique, o regulador do sistema financeiro nacional, indicam que, de Janeiro a Março passados, os bancos concederam, no geral, 289.40 mil milhões de Meticais em empréstimos à economia. Esse montante representa um crescimento de 7.6 por cento se comparado com igual período de 2022, em que o Banco Central registou um crédito total à economia de 268.92 mil milhões de Meticais.
Do montante total de crédito concedido à economia no primeiro trimestre deste ano, 163,06 mil milhões de Meticais foram destinados ao sector produtivo (as empresas). Este montante representa uma redução de 0.3 por cento se comparado com igual período em que os bancos concederam 163.60 mil milhões de Meticais.
Entretanto, do total de empréstimos (289.40 mil milhões de Meticais), o crédito às famílias no primeiro trimestre de 2023 situou-se em 83.32 mil milhões de Meticais. Se comparado com igual período de 2022, nota-se que houve um incremento de 12.9 por cento, equivalente a 72.77 mil milhões de Meticais. Neste subsector, o crédito à habitação é que cresceu mais ainda, na ordem de 34.3 por cento. Concretamente, no primeiro trimestre, o crédito à habitação foi de 8,15 mil milhões de Meticais, contra 6,07 mil milhões de Meticais registados no primeiro trimestre de 2022.
Em comunicado, o Banco Central não explica as razões para o crescimento do crédito às famílias, em detrimento das empresas. Entretanto, o documento refere que as taxas de juro a retalho, praticadas pela banca, situaram-se em 24.4 por cento em média, em Março, para empréstimos com prazo de um ano e uma média de 10.4 por cento para depósitos bancários para prazo de um ano. (Carta)