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segunda-feira, 30 janeiro 2023 07:11

Conhecido em Março próximo futuro da LAM

A empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) conhecerá o seu futuro em Março próximo, no âmbito da reestruturação que o Governo tem vindo a levar a cabo para ressuscitar a companhia de bandeira, em falência técnica. A informação foi avançada na última semana à imprensa pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, de visita às instalações da LAM. Enquanto Março não chega, Magala diz estar a apreciar o relatório de levantamento dos problemas da companhia.

 

“O relatório foi-me entregue em Dezembro e, neste momento, está em processo de revisão, reavaliação e validação. Penso que até Março estaremos em condições de tomar uma decisão sobre o futuro da LAM”, afirmou o Ministro, sem avançar o tipo de reestruturação a ser adoptada. Entretanto, explicou que o caminho a ser seguido será determinado dentro de um ambiente económico, político e social desejável.

 

“Não posso dizer que vamos privatizar ou socializar. O que posso garantir é que estamos a engajar pessoas do topo, não só na região como no mundo em matéria de aviação e de reformas e desse engajamento esperamos uma solução sustentável a LAM”, acrescentou Magala.

 

Todavia, antes da reforma prevista, o Ministro instou a administração da LAM a implementar acções de curto prazo para dinamizar as vendas de passagens aéreas, como a redução de tarifas. “Façam um estudo rápido para determinar quantas pessoas gostariam de viajar de avião se o preço fosse 10%, 20% ou mais, abaixo. Em mais ou menos um mês conseguem fazer isso”, disse Magala dirigindo-se aos gestores da empresa.

 

Por sua vez, o director-geral da LAM, João Pó Jorge, disse que a companhia está a avaliar todos os cenários que conduzam à redução de custos e à oferta de tarifas mais baixas, sendo um deles a automatização das operações. Os gestores da LAM equacionam ainda a introdução de aviões com maior capacidade, o que está dependente da expansão dos aeroportos e respectivas pistas. Na ocasião, Pó Jorge esclareceu que as avarias registadas, recentemente, nas aeronaves não comprometem a segurança dos voos, daí a necessidade de separar estes dois aspectos.

 

O último relatório e contas da LAM, referente ao ano de 2021, foi mais uma vez criticado pela empresa de auditoria, Ernst & Young. A firma diz que, nas condições actuais, a LAM poderá descontinuar as operações no futuro.

 

A Ernst & Young sustenta a sua posição afirmando, em seu relatório de auditoria, que a empresa corre o risco de interromper operações por “apresentar capitais próprios negativos (despoletando as medidas previstas no artigo 119º do Código Comercial), um passivo corrente superior ao activo corrente. Estas circunstâncias indiciam a existência de uma incerteza material que pode colocar em causa a capacidade da Empresa em continuar o seu curso normal de negócios. Neste contexto, a continuidade da entidade está dependente do apoio a prestar pelos accionistas e/ou da realização de futuras operações lucrativas”.

 

As demonstrações da LAM de 2021 ilustram que os capitais próprios estão avaliados em 18 biliões de Meticais negativos, contra 17 biliões de Meticais, igualmente negativos registados em 2020. No ano em análise, a companhia registou um activo total de 4 biliões de Meticais, contra 3.9 biliões de Meticais do ano económico anterior. Os passivos ascendem os 22 biliões de Meticais, contra 21 biliões de Meticais contabilizados em 2019. Os resultados operacionais (que seriam lucros) situaram-se em 1.2 bilião de Meticais negativos. (Evaristo Chilingue)

 

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