O porta-voz da Força de Defesa do Ruanda, Brigadeiro-General Ronald Rwivanga, confirmou na passada quinta-feira que Ancuabe, no sul de Cabo Delgado, é um novo sector sob responsabilidade das forças ruandeses, tal como Palma e Mocímboa da Praia, no nordeste da província, onde o contingente militar e policial está sediado desde o início da missão em Cabo Delgado em Julho de 2021.
Em Abril do ano passado, Ronald Rwivanga disse que os ruandeses “não têm intenção de assumir mais sectores” em Cabo Delgado, mas desde lá até cá, a situação de segurança na província mudou drasticamente.
Inicialmente, nenhuma força internacional havia sido designada para o distrito de Ancuabe porque antes de Junho de 2022 nunca havia sido atacada, mas em Agosto era o distrito com maior número de mortes em Cabo Delgado, com os insurgentes lançando uma ofensiva nas regiões a sul da província.
Entretanto, desde Outubro que não se registam ataques em Ancuabe, mas as forças de segurança estão agora a posicionar-se para a reabertura desta frente. Uma fonte militar sugere que cerca de 1.000 soldados ruandeses poderão ser destacados para Ancuabe e igual número de soldados das FADM.
Estima-se que 2.500 militares e polícias ruandeses estão no terreno em Cabo Delgado representando um aumento de 1.000 no contingente inicial destacado em 2021.
A responsabilidade pela assistência às FADM nas operações de contra-insurgência em cada um dos distritos de Cabo Delgado é repartida entre os ruandeses e os vários contingentes que integram a Missão Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM). A Força de Defesa do Ruanda já realizou anteriormente operações conjuntas para além dos sectores formais sob sua responsabilidade, nomeadamente no distrito de Macomia, mas apenas para fornecer apoio temporário.
Lembre-se que o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Almirante Joaquim Mangrasse, visitou no passado dia 23 de Dezembro de 2022 o contingente das forças ruandesas em Ancuabe. (Carta)