O principal partido da oposição em Moçambique, a Renamo, tem insistido que é o não pagamento de pensões aos guerrilheiros desmobilizados que está a travar a conclusão do Plano de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) das milícias da Renamo.
A última base militar da Renamo, em Vanduzi, distrito da Gorongosa, na província central de Sofala, deveria ter encerrado na segunda-feira passada. Mas o líder da Renamo, Ossufo Momade, não compareceu à cerimónia, nem os 350 guerrilheiros da Renamo que deveriam ser desmobilizados.
Na noite de quinta-feira, entrevistado pela estação de televisão independente STV, o antigo secretário-geral da Renamo, André Magibire, insistiu que as pensões são o obstáculo. Três dias antes, porém, o Presidente Filipe Nyusi insistia que as pensões não estavam em causa, uma vez que o acordo de paz que tinha assinado com Momade em agosto de 2019 não mencionava pensões.
Então, quem está dizendo a verdade? Existem cláusulas no acordo de paz que digam respeito a pensões ou não? É impossível saber, porque esse acordo nunca foi publicado.
Magibire disse à STV que "dos mais de 4.000 combatentes já desmobilizados, nenhum recebeu pensões. Não haverá paz enquanto os desmobilizados não tiverem dinheiro para comprar remédios, para mandar os filhos à escola, muito menos para alugar uma casa. Como vamos avançar com a desmobilização da última base?”
“Se amanhã, ou na próxima semana, estiverem criadas as condições, esses combatentes serão desmobilizados”, prometeu Magibire.(AIM)