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sexta-feira, 02 dezembro 2022 06:40

Caso Válter “Danone”: SNJ considera “ridículo” crime imputado ao editor do vídeo

Continua aceso o debate sobre o caso Válter “Danone”, agora com o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) e o Ministério Público a trocarem acusações, a nível da cidade de Chimoio, capital da província de Manica, em torno do caso mais badalado da semana.

 

Depois de o Ministério Público ter emitido um comunicado de imprensa a “esclarecer” os contornos do envolvimento da jornalista Raquel Paulo Jorge, da Rádio Moçambique (RM), avó do humorista Válter “Danone”, no caso em que o neto aparece num vídeo humorístico a retratar o comportamento dos agentes da Polícia de Trânsito na via pública, agora foi a vez do SNJ voltar a emitir outro comunicado de imprensa a repudiar o comportamento da PGR.

 

Segundo o SNJ, as alegações do Ministério Público de que as três crianças que aparecem no vídeo estão expostas ao perigo são “ridículas” e demonstram “haver ignorância exorbitante” dos magistrados do Ministério Público sobre a filmagem e edição de vídeos.

 

“Se este for o entendimento da PGR em Chimoio, todos os vídeos, novelas, filmes, peças teatrais e outras encenações e criações artísticas que proliferam pelo mundo fora, seus actores seriam levados aos tribunais”, defende o SNJ, apontando casos de acidentes de viação, baleamentos que ocorrem nos filmes e telenovelas estrangeiras.

 

“Pensar que o menor sentado ao volante estava a conduzir e que os que encenavam o papel de polícias de trânsito estavam em perigo, nas circunstâncias em que o vídeo foi gravado, leva-nos a acreditar que precisamos de formação de magistrados em matéria de filmagem e edição de vídeos para evitar que mais actores, incluindo crianças, parem doravante na barra do Tribunal”, remata o SNJ.

 

Para esta organização profissional, no lugar de emitir comunicados a repudiar as reportagens dos órgãos de comunicação social acerca do caso, o Ministério Público “devia retratar-se, pedir desculpas publicamente e evitar continuar a embrulhar-se num caso que promete fazer correr muita tinta”.

 

No seu comunicado, o SNJ sublinha ter contactado o Ministério Público, em Chimoio, mas este mostrou-se indisponível a dar detalhes acerca do caso. A organização acrescenta ainda que, tanto Raquel Jorge, assim como o seu filho, Denilson Daniel, realizador do vídeo e único arguido do processo, só tiveram ciência da acusação já no Tribunal. (Carta)

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