No meio a desinteligências, devido à alegada inoperância da politizada Organização Nacional dos Professores (ONP), docentes de diversas escolas primárias e secundárias do país ameaçam paralisar as suas actividades a partir de hoje, 15 de Novembro de 2022. A decisão foi anunciada na última sexta-feira pelo Movimento Professores Unidos em Moçambique, uma organização que congrega professores das escolas primárias e secundárias do país.
Em causa, refere a organização, está o silêncio do Governo e da liderança da ONP em relação às reclamações apresentadas pelos professores acerca da implementação da Tabela Salarial Única (TSU).
Em concreto, o movimento reivindica quatros pontos: o enquadramento dos docentes N1 no nível salarial 16, de N2 no nível 13, de N3 no nível 10 e do N4 no nível 7 da TSU, incluindo os Assistentes Técnicos; a reorganização das carreiras profissionais; a reposição do subsídio técnico típico da Carreira Docente; e a atribuição de subsídio de deslocamento e de risco.
Para além de paralisar as aulas, os professores das escolas primárias e secundárias do país ameaçam também boicotar, a partir de hoje, o controlo dos exames finais de 2022, que arrancaram ontem em todo o país para o ensino primário e no próximo dia 28 de Novembro para o ensino secundário.
Refira-se que a greve foi anunciada, primeiro, pela ONP da Cidade de Maputo, na passada quinta-feira, porém, terá sido desconvocada horas depois pelo indivíduo que a anunciara: Guerra Chidamba, Secretariado da ONP da Cidade de Maputo.
Sublinhar que esta é mais uma greve a ser convocada pelos funcionários e agentes do Estado devido às incongruências que se verificam na implementação da TSU, depois de os médicos e enfermeiros terem ameaçado paralisar as suas actividades.
No entanto, as duas greves convocadas pelos médicos e enfermeiros não tiveram lugar. Aliás, no caso dos enfermeiros, sequer anunciaram o seu adiamento, enquanto os médicos adiaram para o próximo dia 05 de Dezembro. (Carta)