A classe anunciou na semana finda, através de um documento, a paralisação de actividades a partir do dia 7 do mês de Novembro com a duração de 21 dias renováveis. Das declarações dos médicos, segundo informações da Associação Médica de Moçambique, partilhadas através de um comunicado a que "Carta" teve acesso, consta o não cumprimento das cláusulas do Estatuto dos Médicos na administração pública e seu regulamento. A classe fala ainda da falta da correção das ilegalidades desde 2015.
O grupo reivindica o facto de o Governo ter informado a classe que teria um enquadramento condigno em relação à Tabela Salarial Única (TSU), mas posteriormente aprovou um enquadramento inferior. O Ministério da Saúde (MISAU) diz ter reduzido e eliminado alguns subsídios e direitos unilateralmente e o pagamento de horas extras pela realização de trabalho clínico aos médicos titulares de cargos de chefia ou de direcção.
A classe médica diz que os salários do mês de Outubro estão a ser pagos com base na TSU, porém, em alguns casos os médicos têm salários mais baixos, mesmo com o subsídio de enquadramento da TSU. O grupo reivindica ainda a melhoria das condições de trabalho para que possa tratar de forma adequada os pacientes.
Os médicos referem que a greve também se deve ao facto de terem feito vários pedidos de audiência e emissão de cartas ao Presidente da República e não se ter importado em recebê-los para tratar sobre as suas preocupações em relação à situação do Serviço Nacional de Saúde.
Entretanto, por estes e vários outros motivos, os médicos decidiram em reunião realizada a nível nacional, no último dia 27 do mês corrente, que de forma unânime vão realizar a greve em todo o país. (Carta)