A Polícia de Moçambique (PRM) apreendeu sábado (22) um camião-cisterna na província de Manica que transportava 89 migrantes, de diferentes nacionalidades, que entraram ilegalmente no país. O camião dirigia-se ao porto da Beira, na província central de Sofala. Nove são mulheres do total de imigrantes, a maioria de nacionalidade malawiana.
Os migrantes são suspeitos de entrar no país através da província vizinha de Tete. Foram detidos na Estrada Nacional Número Sete (EN7), no posto de controlo na zona de Bunga, distrito de Guro, em Manica. O camião foi interceptado depois de atravessar o rio Luenha, que é a fronteira natural entre as províncias de Tete e Manica.
No posto de controle, a polícia realizou as verificações habituais. Enquanto a inspeção estava em andamento, um dos imigrantes dentro do camião-tanque espiou para tentar descobrir o que estava acontecendo quando foi avistado pela população.
O caminhão já estava a caminho quando a população informou a polícia, que imediatamente perseguiu o camião. Quando o motorista percebeu que estava sendo perseguido pela polícia, pegou seus documentos e fugiu a pé.
A polícia e as autoridades de imigração iniciaram uma operação para prender o motorista do camião, para ser responsabilizado por seus crimes.
A EN7 é uma das rotas preferidas dos imigrantes que entram ilegalmente em Moçambique através das fronteiras da província de Tete, muitos deles com destino à África do Sul. Só este ano, mais de mil imigrantes ilegais foram detidos pelas autoridades de migração na província de Manica. As autoridades prometeram divulgar mais detalhes sobre a operação de Bunga nesta segunda-feira.
O que aconteceu no sábado é uma receita para o desastre, transportar seres humanos dentro de um caminhão-tanque. Ainda está fresco na memória de muitos moçambicanos a morte de 64 cidadãos etíopes, ocorrido há dois anos, que sufocaram dentro de um camião porta-contentores que os transportava ilegalmente através da fronteira entre Malawi e Tete. (AIM)