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sexta-feira, 13 maio 2022 07:12

FRELIMO: "Traição" ao grupo do Centro na Forja!, escreve Adelino Buque

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O Jornal eletrónico “Carta de Moçambique” na sua edição nº 867, de 11 de Janeiro de 2022, apresenta quatro figuras que se posicionam, segundo essa publicação, para as eleições internas da Frelimo, para candidato presidencial em 2024. São elas, Aires Ali, Luísa Diogo, Basílio Monteiro e Samora Machel júnior.

 

Aborda igualmente a ideia de que a vez de Governar na base de regiões deve acabar, isto dito por quem não esteve envolvido nesse “PACTO”, ficando claro que a região centro fica prejudicada com esse posicionamento de “ruptura”, fica mais grave ainda, quando o antigo Presidente Joaquim Chissano é citado a dizer que “a vez é do miúdo”, referindo-se a Samora Machel Júnior, numa clara tentativa de traição do Grupo do centro, porque será! Que fique claro, não tenho nada contra Samora Machel júnior e tão pouco contra Aires Ali, que haja coerência”.

 

Os Jornalistas e os Jornais, ALGUNS, têm vindo a público falar das próximas eleições e seus candidatos, ou melhor, prováveis candidatos, sobretudo nas primárias ou internas se quisermos, nos partidos políticos, com maior enfoque ao partido Frelimo. São poucas informações veiculadas sobre a Renamo ou o MDM, na forma como se aborda, parece que na Renamo o candidato para 2024 é o Ossufo Momade e no MDM é o Lutero Simango, ficando claro que, nestes partidos não se disputam candidaturas internas!

 

Na forma como se dá a conhecer e se abordam as candidaturas, fica claro que, na Renamo e no MDM basta estar no topo para tudo passar pela decisão da figura do Presidente, o pior, na minha opinião, não se ensaia se quer a legitimação do referido candidato, dá-se por certo e ponto final e, esses partidos, através dos seus membros, vem a publico falar de democracia, alguns reivindicando a “paternidade” desta e outros, julgando-se os que a praticam sem reservas e chega-se ao ponto de afirmar que, só com eles se poderá tornar Moçambique democrático mas, voltemos ao que se diz sobre as candidaturas.

 

Por exemplo, através da “Carta de Moçambique” fiquei a saber que pontificam quatro figuras que concorrem para as eleições internas, Aires Ali, Luísa Diogo, Samora Machel Júnior e Bazílio Monteiro. De acordo com a mesma publicação, as simpatias da “ala” Chissano vão para o jovem Samora Machel Júnior, que é tratado por “miúdo”, mas existe outra abordagem que é trazida pelo mesmo órgão, que tem que ver com as regiões. Diz-se que dois candidatos da região centro reivindicam que é a vez daquela região na Governação de Moçambique.

 

No entanto, alguns políticos e analistas ouvidos pela mesma publicação dizem que a questão da região não deve prevalecer e que “não faz sentido”, neste momento. Bom, eu até entendo mas, se essa questão da região foi um “pacto” interno da liderança da Frelimo, creio que teve motivos, na minha opinião, não se deve endossar a opinião pública sobre se é ou não oportuna, deve ser a própria Frelimo ao mesmo nível a “quebrar” essa barreira porque, na forma como se traz o debate, pretende-se usar a opinião de quem nunca foi tido e nem achado no processo!

 

Mais do que isso, se o antigo Presidente Joaquim Chissano é citado a dizer que “é a vez do miúdo” por sinal, é que esteve na sucessão do Presidente Samora Moisés Machel, morto em Mbuzini, morte essa ainda por esclarecer, sendo ele figura que é no seio do partido, julgo ser um posicionamento condenável, condenável no seio dos seus e sobretudo, no seio do grupo que teve esse “pacto”. Por outras palavras, seria uma grosseira traição ao grupo do centro de Moçambique ou será que, este grupo já não tem peso no seio da Frelimo?!

 

Pessoalmente, não vejo que a Governação deve ser vista na perspetiva regional, mas convenhamos, pactos são pactos e o seu cumprimento é de carácter obrigatório, digo isto porquê, porque as consequências de não cumprimento desse pacto de um círculo fechado, pode atingir-nos a todos, todos como moçambicanos e, francamente, estamos cansados de guerras que não as compreendemos, guerras que podemos e devemos evitar, guerras sem sentido, urge, na minha opinião, uma reflexão profunda antes de tomar-se a decisão.

 

Por uma questão de disciplina, os candidatos que não representam essa região, deveriam deixar de participar dessas internas para as Presidenciais. Com esta opinião, o amigo leitor pode estar a ver a exclusão do Samora Machel Júnior do (SUL) e Aires Ali do (NORTE) que fique claro, a minha opinião não tem que ver com os nomes mas, com a defesa da regra que a própria liderança da Frelimo traçou para si, a Frelimo deve respeitar os seus próprios compromissos! As consequências do não cumprimento, como me refiro, atingirão a todos os Moçambicanos e não só e, isso não deve acontecer.

 

A questão que se pode colocar é se as eleições internas devem ser disputadas por Basílio Monteiro e Luísa Diogo na Frelimo? Evidentemente que, a resposta não pode ser minha e tão pouco nesta reflexão. Aqui e agora, a reflexão é feita na base de figuras que a “Carta de Moçambique” apresenta na edição 867 de 11 de Maio de 2022, como potenciais candidatos e que diz possuírem, inclusivamente, Gabinetes de trabalho, estando, nesta fase a fazê-lo de forma silenciosa, uma vez que não está aberta a campanha.

 

Na minha opinião, a região centro possui mais filhos de Moçambique com capacidade de dirigir Moçambique, seria de incentivar que se apresentem ou em círculos pequenos, encorajar que se unam e apresentem uma candidatura única, isto, para não dispersar os votos e criar mais tensão entre os vencedores e os vencidos, pese embora, no fim digam, “não houve vencedores nem vencidos, ganhou a democracia interna e o partido” essas são, sem dúvidas palavras bonitas mas, não sararão as feridas eleitoralistas. (Adelino Buque)

 

NB: Dedico esta reflexão, aos quadros do Partido Frelimo que, terão o privilégio de debaterem este assunto em sede própria, nos órgãos do Partido, que reflitam de forma bem ponderada porque, algumas decisões emotivas, podem nos levar a situações críticas, precisamos de PAZ, todos somos capazes, seja do Centro Norte ou Sul, sejam coerentes com os princípios que nortearam as eleições.

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