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quinta-feira, 05 maio 2022 07:05

Ministro da Defesa diz que segurança “melhora dia após dia” em Cabo Delgado

Defesa

O ministro da Defesa Nacional de Moçambique disse ontem que a segurança nos distritos afetados pelo terrorismo na província de Cabo Delgado continua a melhorar progressivamente, apontando o regresso de algumas comunidades como prova de estabilidade na região.

 

“A situação mantém-se controlada" e "acreditamos que dia após dia a situação" evolui "positivamente”, afirmou Cristóvão Chume.

 

O governante falava no final de um encontro com o vice-conselheiro nacional de segurança da Índia, Vikram Misri, que se encontra em Maputo para uma avaliação da cooperação na Defesa e Segurança e para analisar perspetivas de incremento das relações neste domínio.

 

O ministro da Defesa moçambicano avançou que a violência protagonizada por grupos armados em Cabo Delgado foi contida como resultado da ação conjunta das forças governamentais moçambicanas, do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). “Estamos numa situação melhor do que em dias passados”, enfatizou.

 

O regresso de algumas comunidades às zonas que antes estavam nas mãos dos insurgentes demonstra a confiança das populações no restabelecimento da segurança, acrescentou.

 

“Se estão a voltar, é porque há segurança e desde que começaram a regressar nunca tivemos episódios em que a população tenha sido retirada para zonas mais seguras. Quer dizer que a situação de segurança tem vindo a evoluir positivamente”, realçou.

 

Cristóvão Chume avançou que a Índia manifestou interesse em treinar Forças de Defesa e Segurança moçambicanas no combate ao terrorismo, reforçando a ajuda que tem prestado em reforçar a capacidade naval do país africano para a luta ao extremismo violento e à criminalidade que ocorre nas águas territoriais.

 

“A Índia está a procurar saber de nós como é que pode complementar o esforço internacional [de treino contra o terrorismo] e penso que nos próximos dias vamos dar um sinal sobre o que pode ser feito”, sublinhou Chume.

 

O país asiático, prosseguiu, quer criar sinergias com os países que já apoiam Moçambique no combate ao extremismo violento, nomeadamente Ruanda, SADC, União Europeia (UE) e Estados Unidos da América (EUA). O ministro da Defesa Nacional destacou que a Índia já tinha oferecido “algumas” embarcações e formação.

 

O vice-conselheiro da Segurança Nacional da Índia apontou Moçambique como “parceiro estratégico” na cooperação contra a criminalidade no oceano Índico, por força da pertença dos dois países a esta área marítima. “Moçambique tem uma longa história nas relações com a Índia e nos últimos anos a cooperação na Defesa tornou-se um importante pilar das nossas relações”, destacou Vikram Misri.

 

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

 

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Ruanda e da SADC, permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes. (Lusa)

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