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segunda-feira, 25 abril 2022 06:39

Dívida do Estado às petrolíferas arrasa perto de 15 empresas do sector

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Em subsídios às empresas petrolíferas que importam e distribuem combustíveis líquidos para o país, o Estado moçambicano deve 120 milhões de USD. Esta dívida conjugada com os impactos do conflito Rússia-Ucrânia arrasou perto de 15 empresas do sector, de um universo de 30 empresas filiadas à Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL).

 

Esta informação foi tornada pública semana finda numa conferência de imprensa organizada pela referida Associação, para reivindicar o reajuste do preço de combustíveis em Moçambique. No evento, o Presidente da Associação, Michel Ussene, explicou que, por causa dos referidos motivos, as empresas ficaram sem capacidade de importar e distribuir combustíveis líquidos. Como consequência, neste momento operam “entre 16 a 18 empresas de um total de 30 empresas filiadas”, afirmou Ussene.

 

À margem da conferência, o Secretário da AMEPETROL, Ricardo Cumbe, explicou à “Carta” que, apesar de elevada e estar a aumentar a cada dia e prejudicando todas as empresas do sector, o Governo ainda não tem data para pagar a dívida. Por questões éticas, Cumbe escusou-se a mencionar as empresas em questão.

 

A dívida em questão resulta do facto de o Fundo de Estabilização, criado pelo Governo para subsidiar as petrolíferas pelo não reajuste mensal do preço dos combustíveis, como é de lei, não ter capacidade para pagar satisfatoriamente as empresas.

 

Entretanto, com vista a minimizar os impactos causados pela dívida e conflito Rússia-Ucrânia, a Associação diz ser urgente reajustar-se o preço em menos 30 dias porque corre-se o risco de ruptura de stocks em todo o sector, facto que irá afectar gravemente a economia do país.

 

Em termos concretos, a AMEPETROL apontou durante a conferência que o preço ideal do gasóleo seria 26 Meticais mais caro que os actuais 71 Meticais, o litro. A gasolina custaria 19 Meticais a mais que os actuais 77 Meticais por litro. Numa análise comparativa, a Associação concluiu ainda que o preço praticado em Moçambique é 37 Meticais a menos que Zimbabwe e 19.89 Meticais a menos que África do Sul.

 

“Estas situações prejudicam a tesouraria das empresas e a situação agravou-se a partir de Abril corrente. Como consequência, algumas empresas pararam de operar por falta de capacidade e, se isto continuar, pode provocar a ruptura de stocks em todo o sector, facto que irá afectar gravemente a economia do país. Assim sendo, em menos de um mês é preciso que o Governo tome decisões”, disse Ussene.

 

O último reajuste aconteceu a 17 de Março último, mês em que o preço do litro da gasolina subiu de 69,94 Meticais para 77,39 Meticais, o litro do petróleo de iluminação de 47,95 Meticais para 50,16 Meticais e o de gasóleo passou de 61,71 Meticais para 70,97 Meticais. O quilo do gás de cozinha (GPL) passou de 71,2 Meticais para 80,49 Meticais e o gás natural veicular (GNV) aumentou de 32,69 Meticais para 37,09 Meticais. Refira-se que estes preços não são os reais porque o Governo decidiu subsidiar as petrolíferas com vista a minimizar o custo dos combustíveis no país. (Evaristo Chilingue)

 

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