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sexta-feira, 25 fevereiro 2022 05:21

Greve na açucareira de Xinavane: Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural defende diálogo

Celso Correia explicou que a greve é um direito constitucional, mas o que não pode e nem deve acontecer é perturbar a ordem pública. “Isso não”- enfatizou o ministro ao pronunciar-se pela primeira vez sobre a greve na açucareira de Xinavane.

 

Correia expressou a sua satisfação por saber que, depois dos acontecimentos dos últimos dias, estão criadas as condições para o diálogo. “É preciso aproveitar essa plataforma de diálogo”- exortou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, tendo em seguida anunciado três dimensões de problemas em Xinavane.

 

De acordo com Celso Correia, a primeira dimensão é de carácter laboral e diz respeito ao caderno reivindicativo de 11 pontos, dos quais, oito foram satisfeitos, seguidamente foi resolvido mais um e agora dois estão pendentes.

 

“Depois desse entendimento houve uma decisão da maioria dos trabalhadores de retornar ao trabalho, mas depois registaram-se distúrbios de ordem pública, gerando um ambiente de instabilidade que impediu a retoma das actividades e, em menos de 24 horas, as autoridades competentes restabeleceram a ordem”- disse aquele governante.

 

Outro problema de fundo tem a ver com o salário mínimo no sector da agricultura. O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural recordou que no ano passado houve uma boa negociação entre os sindicatos e o sector privado, mas mesmo assim os salários ainda são baixos.

 

“Estão aquém do que desejaríamos. Houve um período muito longo em que os salários não foram revistos e agora a subida não pode ser duma forma brusca. Continuaremos a trabalhar num ambiente de harmonia para que seja possível recuperar este rendimento perdido pelas pessoas que trabalham na agricultura”.

 

A última dimensão localizada na açucareira de Xinavane diz respeito a distúrbios recorrentes e, para o efeito, Celso Correia sugere que é necessário ver em que medida isso pode ser estancado.

 

Para o movimento sindical, a situação dos trabalhadores da indústria de açúcar em termos salariais é bastante crítica. O sub-sector paga um salário mínimo de 70 dólares americanos, ou seja, 2,6 dólares por dia e, segundo os líderes sindicais, isso deixa os trabalhadores descontentes.

 

Convertidos em moeda nacional, significa que os trabalhadores auferem como salário mínimo cerca 4400 meticais. A greve dos trabalhadores da açucareira de Xinavane que se arrasta desde Janeiro foi marcada por episódios de violência. Os grevistas reivindicam aumentos salariais e melhores condições laborais.

 

Há relatos reportando 32 detidos em conexão com os distúrbios registados na açucareira de Xinavane. (FI)

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