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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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A posição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), localizada na aldeia Napala, posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, foi atacada por terroristas na última terça-feira (16), resultando em mortos e feridos.

 

Fontes na vila de Macomia disseram à "Carta" que o ataque terrorista ocorreu pelas 15h00, três dias depois da localização de três corpos de civis num local não muito distante da referida posição. Algumas pessoas suspeitam que os civis foram mortos pelos militares.

 

"Houve um ataque contra os militares em Napala. Vimos muitos militares a chegar aqui na vila a pé e também notamos uma movimentação de viaturas a irem ao hospital saindo de Mucojo", contou uma residente local.

 

A mesma fonte suspeita que depois da morte de civis, supostamente por forças governamentais, parece que a população pediu socorro aos terroristas e estes, por sua vez, foram atacar de surpresa a referida posição.

 

"É verdade. Vimos uma viatura militar, aparentemente, proveniente de Mucojo, a ir a zona do hospital, mas não temos informação detalhada porque este é um assunto exclusivamente deles. Para ser sincero, aqui em Macomia, a situação não está boa", revelou outra fonte.

 

Contudo, as nossas fontes estranham o suposto ataque à posição das FADM em Napala, quando recentemente o administrador de Macomia, Tomás Badae, informou que estava em curso uma ofensiva contra bases terroristas em Mucojo e Quiterajo. (Carta)

A Electricidade de Moçambique (EDM), empresa pública, lançou esta terça-feira (16), em Maputo, o portal de fornecedores de bens e serviços, no âmbito da reforma do processo de procurement que decorre internamente desde 2020, com o financiamento dos Reinos da Suécia e Noruega e Consultoria da Deloitte.

 

Durante a apresentação do portal, o Director de Aquisições na EDM, João Aleluia, disse que o portal visa fornecer uma plataforma digital e centralizada para gestão e comunicação com fornecedores, maior transparência de processos de contratação, igualdade de oportunidade, maior eficiência e eficácia dos processos de aquisição, bem como alavancar o processo de contratação da EDM a níveis internacionais.

 

De entre vários requisitos para o cadastro, os fornecedores deverão apresentar dados legais da empresa, informações dos accionistas ou catálogos de bens e serviços, informação bancária do fornecedor, bem como aceitação de adesão ao Código de Ética da EDM. O cadastro é validado por especialistas internos da EDM, no período máximo de sete dias.

 

Segundo Aleluia, depois de cadastrados, os fornecedores têm acesso à informação sobre oportunidades de negócios com a EDM, acessibilidade a documentos de concurso para fornecedores elegíveis, dados sobre resultados de concursos, informação sobre contratos vigentes, incluindo acesso a um canal para reclamações.

 

Intervindo na cerimónia, o Presidente do Conselho de Administração da EDM, Marcelino Gildo, contextualizou que o portal de fornecedores é um instrumento que se enquadra no processo de Reforma de Procurement, em curso na EDM, desde 2020, alicerçado essencialmente na modernização dos processos e Sistemas de Tecnologias de Informação e Comunicação para, em última instância, servir melhor os clientes.

 

“O portal de fornecedores da EDM visa, sobretudo, promover a integridade, transparência, igualdade, competitividade e celeridade no processo de contratação de serviços, em toda a cadeia de valor da EDM. O Portal de gestão de fornecedores vai igualmente gerar poupanças significativas, ao possibilitar o controlo das aquisições, em tempo real, bem como a melhoria da performance na relação com os fornecedores”, enfatizou Gildo.

 

Das vantagens, o PCA da EDM destacou ainda que o portal vai garantir auditorias aos fornecedores, identificando problemas e possíveis soluções, visando antecipar tendências no escopo do fornecimento de bens e prestação de serviços à EDM, para além de uma gestão consolidada e estratégica alinhada às melhores práticas internacionais de transparência e eficiência de gestão dos processos em cadeia de abastecimento, bem como nas áreas específicas de procurement, logística, inventário e armazéns. (Carta)

Três (03) corpos sem vida foram localizados por populares da aldeia Napala, distrito de Macomia, na manhã desta terça-feira (16) ao longo da Estrada Macomia-Mucojo. Os corpos foram enterrados no mesmo local e não foram identificados ou reclamados.

 

À "Carta", fontes disseram que as vítimas são civis e pretendiam chegar a Mucojo. "As pessoas baleadas mortalmente em Napala já são três, mas suspeitamos que os protagonistas sejam militares porque aí perto há uma posição", disse Sauege Somar, para quem "apesar da proibição imposta pelas autoridades para que ninguém se desloque a Mucojo, parece que estas vítimas iam para lá".

 

Um residente de Macomia-sede contou que, além das três vítimas mortais, suspeita-se que haja mais corpos no mato, porque as pessoas vão e vêm de Mucojo todos os dias, observando que a insistência em ir àquela região se deve a questões de sobrevivência.

 

Sabe-se que há uma semana foi lançada pelas Forças de Defesa e Segurança uma ofensiva contra grupos terroristas em Mucojo que ainda têm bases naquela região. (Carta)

Ignorando os relatos de falta de combustível para a fiscalização do recenseamento eleitoral e a falta de subsídios para os brigadistas, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, defende que o registo de eleitores, que decorre no país desde o dia 15 de Março, ocorre “de uma forma tranquila e com abrangência satisfatória”.

 

A ideia foi defendida ontem, em Maputo, durante a apresentação, aos partidos políticos, das etapas subsequentes do Calendário Eleitoral, nomeadamente a inscrição dos proponentes e apresentação de candidaturas, bem como a distribuição de mandatos provisórios.

 

Segundo Matsinhe, o número de eleitores registados alcançado, até ao momento, satisfaz os órgãos eleitorais, “embora tenhamos as dificuldades impostas pela situação de insegurança na província de Cabo Delgado”.

 

De acordo com os dados do contestado Presidente da CNE, até ao último sábado (13 de Abril), os órgãos eleitorais haviam inscrito um total de 5.304.110 eleitores, no território nacional, tal como no estrangeiro, equivalendo a 70.78% do universo projectado: 7.494.011 eleitores.

 

Adicionando os dados do presente recenseamento aos do recenseamento de 2023, a CNE diz já ter recenseado 14.027.915 eleitores, o que corresponde a 86.50%. Em 2023, lembre-se, os órgãos eleitorais dizem ter recenseado 8.723.805 eleitores, sendo que, até ao dia 28 de Abril, esperam recensear um total de 16.217.816 eleitores.

 

Nos seus dados, o Bispo da Igreja Anglicana não revelou quantos eleitores foram recenseados por cada província e muito menos abordou os problemas levantados pelos partidos políticos da oposição à volta do processo e que já foram confirmados pelo porta-voz do órgão.

 

Lembre-se que, há dias, em conferência de imprensa concedida aos jornalistas, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, confirmou que o órgão enfrentava dificuldades para ter combustível para abastecer viaturas, de modo a prestar assistência técnica às brigadas de recenseamento eleitoral. Revelou que tal facto se devia à falta de dinheiro e às dívidas contraídas pelos órgãos eleitorais durante as eleições autárquicas de 2023. (Carta)

O Director da Escola Internacional de Maputo, Lukas Nkuti, é acusado de transformar a instituição num cenário de desespero e desesperança. Sob a tutela do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), a escola foi concebida como uma ferramenta de diplomacia e relações internacionais, destinada a filhos de diplomatas, pessoal de organizações internacionais e cooperantes.

 

De acordo com um documento a que "Carta" teve acesso, Lucas Nkuti é acusado de agir de forma arrogante, priorizando os seus interesses em detrimento dos interesses do Estado, apesar das queixas dos professores, pais e encarregados de educação.

 

Segundo o documento, o comportamento autoritário do director atingiu proporções inaceitáveis quando este ordenou a polícia que agredisse funcionários de manutenção, incluindo os colegas Ramandam e William, por alegado furto, no lugar de procurar soluções internas.

 

O documento diz que, para além disso, o director ignora abertamente a hierarquia institucional, humilhando alguns membros da gestão pedagógica e administrativa que discordam das suas acções infundadas.

 

No rol das acusações consta ainda uma clara falta de respeito pela dignidade profissional, com decisões a serem tomadas por ele e por indivíduos da sua confiança que não ocupam cargos administrativos, como Philip Monye e Henry Hlongwane, chegando ao extremo de organizar clandestinamente eventos como o Dia de África, causando embaraço às empresas parceiras.

 

Na carta, lê-se que o director da Escola Internacional de Maputo tem estado a favorecer professores estrangeiros em detrimento dos nacionais, demonstrando uma falta de patriotismo, apesar de ter recebido do Estado a missão de salvaguardar o Património Moçambicano.

 

"A maioria dos professores estrangeiros contratados carece de qualidade e está ilegalmente em Moçambique, sem vistos de trabalho, com contratos assinados há menos de três semanas. Há casos de trabalhadores que ainda não assinaram os seus contratos de trabalho, mas já estão a trabalhar, indicando que o director decide pessoalmente se os seus supostos inimigos ficam ou saem".

 

Há também relatos dando conta que os professores experientes estão a ser injustamente perseguidos e dispensados sob o pretexto de reestruturação, levantando questões sobre os reais motivos do director.

 

"A má gestão financeira é generalizada, com milhões de fundos escolares gastos em multas devido ao desprezo e desconhecimento do director pelos procedimentos legais. Atrasos salariais e discrepâncias agravam ainda mais a insatisfação dos funcionários, com tratamento preferencial para certos indivíduos que ele contratou". A denúncia também não poupa outras acusações ao director Lucas Nkuti, como por exemplo, despesas extravagantes em itens não essenciais como cortinas e veículos, incluindo a sobrefacturação, uma vez que ele tem o cartão da escola e faz pessoalmente as compras.

 

Refira-se que Lukas Nkuti já foi Vice-Reitor da Universidade Joaquim Chissano (UJC) e foi exonerado pelo Presidente Filipe Nyusi em Fevereiro do ano passado.

 

Para ouvir a versão do Director da Escola Internacional de Maputo, “Carta” ligou para a Direcção daquele estabelecimento de ensino e, em resposta, fomos aconselhados a abordar a Secretária para marcar uma entrevista. Em contacto com a funcionária, esta cortou as chamadas e pediu que enviássemos uma mensagem a expor a nossa preocupação. Feito isto, e mesmo com muita insistência, manteve-se em silêncio até ao fecho desta matéria. (Carta)

Venâncio António Bila Mondlane, principal opositor interno de Ossufo Momade, defende que o perfil do candidato à presidência da Renamo, aprovado na madrugada da última segunda-feira, pelo Conselho Nacional daquele partido, é ilegal, excludente, contraditório e tem como objectivo “aniquilar” candidatos concretos.

 

Falando na noite desta segunda-feira, numa transmissão em directo no seu canal oficial do YouTube, Venâncio Mondlane disse que o perfil desenhado pela Comissão Política da Renamo exclui cargos relevantes ocupados por membros do partido em órgãos do Estado, como na Assembleia da República.

 

Para o político, o cargo, por exemplo, de Delegado Político Distrital da Renamo, embora seja prestigiante, não supera os cargos de cabeça-de-lista; de mandatário nacional do partido; de Assessor Nacional; de Chefe da Bancada Parlamentar; e de Relator da Bancada Parlamentar. Trata-se, na verdade, de cargos políticos por si desempenhados na estrutura do maior partido da oposição, desde o seu ingresso, em 2018.

 

Na sua explanação, Mondlane afirma que a posição de cargo de cabeça-de-lista/candidato a Presidente do Município (que ocupou nas eleições autárquicas de 2023, na capital do país) é de maior responsabilidade, na medida em que visa a gestão de bens públicos, da população e de um território específico.

 

O mandatário nacional (posição que ocupou em 2019 e na fase do recenseamento eleitoral de 2023), por sua vez, é um interlocutor do partido junto das autoridades eleitorais, o que lhe impõe maior responsabilidade, pois, “gere o aspecto fulcral de uma democracia”, que são as eleições.

 

Por seu turno, a bancada parlamentar (onde desempenhava as funções de Relator), defende, é a entidade que representa os interesses do partido e dos moçambicanos na Assembleia da República e junto do Governo.

 

Refira-se que o perfil aprovado pelo Conselho Nacional da Renamo defende que os candidatos devem ser moçambicanos originários, ter um mínimo de 35 anos de idade, um mínimo de 15 anos de militância partidária ininterrupta, terem exercido, por pelo menos cinco anos, cargos de Secretário-Geral; Membro do Conselho Nacional; Membro da Comissão Política Nacional; Membro do Conselho Jurisdicional Nacional; Presidente do Conselho Provincial; Chefe Nacional/Regional de Departamentos; e Delegado Político Provincial/Distrital. Ter combatido pela Renamo e ter demonstrado ser disciplinado constituem também uma vantagem.

 

“Não pode um partido da dimensão da Renamo ir ferir os princípios básicos de como se faz uma norma, que deve ser abstracta, geral e reger para o futuro”, considera, enfatizando que o próprio perfil tem cláusulas que entram em choque entre si, citando os casos de idade mínima para se candidatar (35 anos) e anos de militância (15 anos).

 

O ex-cabeça-de-lista da Renamo na Cidade de Maputo entende que, sendo 18 anos a idade mínima para admissão como membro do partido, a barreira dos 35 anos para se candidatar à liderança do partido coloca em causa os direitos dos membros. “A bíblia da Renamo são os estatutos e estes definem que os membros têm direito de eleger e serem eleitos, a partir do momento em que são admitidos. Significa que, se a qualidade de membro não é suficiente para ser eleito, então o perfil está a ferir os estatutos”.

 

O deputado sublinha ainda que o Conselho Nacional é um órgão inferior ao Congresso, pelo que, uma norma aprovada por este não pode ser anulada por uma directiva estabelecida por um órgão inferior. “O único órgão que pode criar normas é o Congresso e não o Conselho Nacional”, defende o político, classificando o documento de ilegal, ilegítimo, excludente, anti-democrático e anti-estatutário.

 

Aliás, para Mondlane, o perfil aprovado pelo Conselho Nacional da “perdiz” fere o acordo que celebrou com a direcção da Renamo, em pleno Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, para que não se excluísse qualquer membro que manifestasse interesse em se candidatar à liderança do partido.

 

Na interação com os internautas, o político disse ainda acreditar no bom senso do seu partido para repor a legalidade. Disse também estar a reflectir sobre tudo o que diz e se escreve a seu respeito, porém, garantiu que não vai desistir de lutar por Moçambique.

 

Lembre-se que Venâncio Mondlane foi o primeiro membro da Renamo a manifestar vontade de concorrer à presidência da Renamo. Seguiram-se, depois, Juliano Picardo e Elias Dhlakama, irmão do falecido histórico Líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Ossufo Momade ainda não se pronunciou sobre o tema, mas é certo que deverá concorrer à sua própria sucessão.

 

Na interação com os internautas, Mondlane revelou que, desde o anúncio do seu desejo, em Janeiro último, constituiu uma equipa de trabalho de 250 indivíduos, entre coordenadores regionais, provinciais e distritais da sua candidatura, incluindo alguns generais da Renamo. “Não constitui verdade que todos os combatentes estão com a actual liderança do partido”, sentenciou. (A.M.)

quarta-feira, 17 abril 2024 07:45

Moza afirma-se como o Banco das Mulheres em 2024

Ainda na esteira das celebrações do Dia da Mulher Moçambicana, o Moza lançou, sexta-feira (12 de Abril), em Maputo o projecto Moza Women, através do qual o Banco pretende transmitir, publicamente, o seu reconhecimento em relação à importância da Mulher em todas as esferas sociais e de desenvolvimento do país.

 

Trata-se de um projecto cuja base para a sua elaboração teve em conta o panorama social moçambicano caracterizado por um ambiente em que, apesar de representarem a maioria da população, as mulheres ainda enfrentam dificuldades no que diz respeito ao seu estabelecimento por razões variadas, incluindo questões de ordem sociocultural.

 

Através deste projecto, o Moza pretende congregar todos as soluções bancárias direccionadas à mulher, incluindo linhas de financiamento bonificadas, criadas especificamente para potenciar o empoderamento, num pacote conjunto que passa a denominar-se Moza Women,

 

Embora a promoção das iniciativas ligadas ao Moza Women decorra ao longo do presente ano, de forma permanente, o projecto contempla uma componente social e reputacional, servindo como um “grito público” do Banco para que toda a Mulher saiba que pode contar com o Moza, independentemente da sua posição, categoria ou status social.   

 

Durante a cerimónia de lançamento do projecto, o Presidente da Comissão Executiva do Moza, Manuel Soares, manifestou a sua admiração em relação à resiliência das mulheres, com um louvor particular à capacidade que têm de ultrapassar obstáculos.

 

No dia-a-dia, vemos a mulher moçambicana a levantar-se e a seguir os seus sonhos, sem se intimidar com os obstáculos que surgem ao longo da caminhada. Vemos a manifestação da resiliência e do querer, de um grupo social que movimenta a economia a vários níveis. E nós, justamente porque testemunhamos com admiração e estima a luta das mulheres, sempre buscamos estar entre elas”, disse o PCE para de seguida salientar que “no Moza, as mulheres estão em todas as posições. Elas lideram, tomam decisões, orientam e também são orientadas, numa clara demonstração de versatilidade e talento, contribuindo, assim, para colocar a nossa Marca em posições cada vez mais cimeiras, no panorama financeiro nacional”. 

 

Através do projecto Moza Women, o Banco pretende também potenciar a mulher e a rapariga vulneráveis, garantindo que possam sonhar e realizar, tendo o Moza como um dos principais alicerces para a concretização das suas metas e objectivos de vida.

 

Para o Moza, a maior gratificação que advirá deste projecto será o aumento significativo de mulheres a contribuírem cada vez mais para o alcance das metas globais e estruturais do país, no quadro da luta pelo desenvolvimento económico e social.

O BCI marcou presença, no Sábado (13), na cidade de Maputo, nas celebrações alusivas aos 45 anos da Escola Francesa de Maputo (Lycée Français International Gustave Eiffel), evento em que o Banco participou na qualidade de patrocinador.

 

O Evento foi marcado por diversas acções, sendo de destacar actividade de cariz cultural entre as quais a fotografia, as artes plásticas, a dança, o desporto e a gastronomia.

 

“O apoio e a participação do Banco inserem-se no quadro da sua política de responsabilidade social, e no âmbito do compromisso com o país e com as diversas comunidades em que está inserido” – referiu Ana Cristina Dias Fonseca, Directora Central da Direcção de Grandes Empresas e Banca de Investimento (BCI), que esteve presente no evento. E prosseguiu: “a forma de expressar este posicionamento traduz-se através de actos de natureza muito diversa, sendo que o apoio a projectos e iniciativas socialmente relevantes em vários domínios como a educação, a saúde, a inovação, o empreendedorismo, entre outros, constituem pilares fundamentais com os quais o Banco se identifica”.

E o cumprimento de padrões internacionais ambientais é essencial para mobilizar financiamento para o projeto da futura Hidroelétrica de Mpanda Nkua, no centro de Moçambique, orçada em 4,5 mil milhões de euros, disse hoje o responsável pelo empreendimento.

 

“Se nós não obedecermos a isso [às exigências ambientais], mais difícil será o financiamento”, disse aos jornalistas o diretor do gabinete do Projeto da Hidroelétrica de Mpanda Nkua, Carlos Yum.

 

Carlos Yum falava à margem das reuniões de primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decorrem em Washington.

 

“Hoje em dia, essas instituições financeiras internacionais, sejam multilaterais ou comerciais, têm a obrigação de, no seu balanço, estarem bem visíveis estas preocupações sociais e ambientais”, avançou Yum.

 

Referindo-se ao facto de a futura Hidroelétrica de Mpanda Nkua ter como base a fonte hídrica, o responsável assinalou que o peso daquele recurso na transição energética também torna atrativo o financiamento do empreendimento.

 

Carlos Yum defendeu que o projeto tem também compromissos com a componente social, nomeadamente o reassentamento das populações dentro da lei, e a boa governança.

 

“Isso é parte do nosso ADN e quanto melhor cumprirmos estas premissas, melhor é a qualidade de financiamento”, enfatizou Yum.

 

O projeto, prosseguiu, está estruturado de forma credível para mobilizar os recursos necessários ao seu desenvolvimento.

 

O empreendimento vai levar cinco anos a ser construído e prevê-se que comece a operar em 2031.

 

Será composto por uma central hidroelétrica com capacidade de produção de 1.500 megawatts e por uma linha de transporte de alta tensão com 1.350 a 1.400 quilómetros, que vai sair de Tete, no centro de Moçambique, até Maputo, sul.

 

Em dezembro último, o Governo moçambicano e um consórcio liderado pela Eletricidade de França (EDF) assinaram acordos para a implementação do Projeto Hidroelétrico de Mphanda Nkua.

 

Além da EDF, o consórcio internacional é constituído pela petrolífera francesa TotalEnergies e pela japonesa Sumitomo Corporation, detendo conjuntamente 70% da hidroelétrica.

 

Em representação do Estado moçambicano, a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) e a Eletricidade de Moçambique (EDM) detêm os restantes 30%.

 

Com a entrada em funcionamento de Mpanda Nkua, a HCB continuará a ser a maior do país, com capacidade de produção atual de 2.075 MW.

 

Com Mpanda Nkua em operação, o Governo moçambicano espera garantir a segurança energética para as necessidades domésticas e colocar o país como polo regional no fornecimento deste recurso. (Lusa)

Isabel Maria Casimiro, socióloga, com empenho notável na valorização do ensino, da pesquisa e, sobretudo, na valorização da igualdade de género. Vamos de forma descontraída e informal aprofundar o percurso profissional da nossa convidada.

 

(18 de Abril, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)

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