Foi através de um comunicado publicado esta segunda-feira, na página oficial da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Moçambique que a informação foi tornada pública. Segundo se lê, o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS Africa & Middle East) passou a ser o novo parceiro na gestão de recursos naturais e de queimadas.
De acordo com a USAID, o projecto estará concentrado na construção de competências do governo de Moçambique e abrangerá todas as áreas de conservação, com principal enfoque para a vasta Reserva Especial do Niassa.
Conforme consta no website da USAID – Moçambique, o projecto que vai até Junho de 2023, tem um financiamento de 900 mil USD americanos que no câmbio actual equivale 67.419 milhões de meticais e espera-se que o mesmo possa dar "resposta a incêndios e plano de gestão desenvolvido para a REN; construção do banco de dados de monitoramento iniciado e colecta de dados em andamento na REN; quadro para resposta e gestão florestal em áreas protegidas de Moçambique; revisão remota dos manuais actuais do procurador, ranger e juiz; criação de um anexo sobre crimes contra a madeira ou currículo semelhante para ser usado durante os treinamentos de aplicação da lei e plano local abrangente para o centro comunitário desenvolvido no distrito de Mecula”.
Segundo a USAID, espera-se que o projecto possa apoiar a prevenção e capacidade de supressão de incêndios na REN, combater o tráfico de madeira com apoio às agências de aplicação da lei de Moçambique, apoiar a capacidade operacional da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e auxiliar a REN no seu novo Centro Comunitário em Mecula.
Entre os parceiros do projecto estão a ANAC, a AQUA, a PGR, a WCS, o Projecto USAID SPEED + e o Fundo Mundial da Natureza (WWF). (O.O)
As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) informaram esta terça-feira, em comunicado, que devido à passagem do ciclone Chalane que deverá afectar a navegabilidade aérea nas zonas centro e norte do país, entre os dias 29 e 30 de corrente mês, nove voos serão cancelados e, posteriormente, reprogramados.
Para o dia 29, a LAM cancelou quatro voos: TM 136/137 Maputo-Tete-Maputo; TM 1104 Maputo-Quelimane-Beira-Maputo; TM 1156 Maputo-Beira-Nampula-Maputo; TM 190/191, apenas no percurso Nampula-Lichinga-Nampula.
Esta quarta-feira 30 de Dezembro, a companhia indica, em comunicado, o cancelamento de cinco voos, nomeadamente o TM 1130 Maputo-Nampula-Tete-Maputo; o TM 100/101 Maputo-Beira-Maputo; o TM 110/111 Maputo-Chimoio-Maputo; o TM 136/137 Maputo-Tete-Maputo; o Tm144/145 Maputo-Quelimane-Maputo.
“A LAM está a envidar esforços no sentido de reprogramar os voos afectados, realocar e contactar os passageiros. Em coordenação com as entidades competentes, está sendo monitorada a evolução da situação para o restabelecimento da normalidade da operação. Para informações adicionais agradecemos que ligue para o LAM Call Center através dos números 1737 ou 839511737”, escreve a empresa em comunicado recebido na nossa Redacção. (Carta)
Mais uma vez, na tarde domingo, em plena época festiva, a rede de pagamentos eletrónicos SIMO voltou a falhar. Não se tratou de um “bug” nem de deficiências nas comunicações (na semana passada, a rede falhara novamente e o problema foi atribuído a cortes na fibra óptica dos fornecedores de transporte de dados).
Ontem, a coisa foi mais ruim. Relatos de filas enormes nas caixas da restauração foram frequentes. Foi um dia de dissabores para muitos utentes. ATMs, POSs e até em bombas de combustível estava tudo apagado. Apenas a rede do BIM funcionava.
“Carta” ouviu 3 especialistas familiarizados com a rede do SIMO (herdada da Interbancos, ou seja, o sistema da Bizfirst, com quem o Banco de Moçambique cortou relações em Dezembro de 2018).
Todos foram unânimes em apontar para deficiências de gestão da sua componente técnica (a outra é a componente da administração). Essa componente técnica tem 3 grandes áreas fundamentais para que o sistema não emperre: “Servidores e Sistemas Operativos onde a aplicação está instalada; a Aplicação propriamente dita e as Comunicações”.
As 3 componentes requerem “muita atenção” para que o Sistema no seu todo se mantenha sempre a funcionar, explicou uma das fontes. E, para isso, é necessário fazer-se “muita monitorização por forma a sermos capazes de antecipar os problemas”.
Quando o sistema vai abaixo, isso não acontece de repente, diz outra fonte. Antes de uma queda, como a de ontem, já teria ocorrido uma quantidade de eventos que indicavam que a probabilidade do sistema parar era grande. “É esta monitorização que, bem feita, previne que um sistema pare. E isto não está a acontecer”, sentenciam os especialistas.
“Carta” apurou que, aquando da venda da Interbancos à SIMO (os Bancos foram obrigados a fazer essa venda) de repente as equipas duplicaram e de passou a haver: Duas equipas técnicas (Interbancos e SIMO); Duas equipas de Gestão (Interbancos e SIMO).
A diferença é que na Interbancos havia uma experiência adquirida desde 2000 (data da sua constituição) e na SIMO não havia nada. Recorde-se que a SIMO andava já há mais de 8 anos a tentar montar um sistema (com a SIBS) e nunca conseguiu.
“Quando a compra da Interbancos foi consumada, o que prevaleceu foi a SIMO; tudo o que era Interbancos foi desfeito e essa é a verdadeira razão pela qual a BizFirst foi substituída pela Euronet”, explicaram-nos. E a alternativa encontrada, a Euronet, ainda não foi instalada, apesar da propaganda do Banco de Moçambique, que chegou a dizer que montava o novo sistema em 8 meses...e já passaram dois anos. E, entretanto, os principais técnicos da Interbancos foram aos poucos empurrados para a rua e hoje é o que se vê...
Em suma, a incompetência tomou conta da rede de pagamentos electrónicos em Moçambique. (Marcelo Mosse)
O número de óbitos devido à infecção pelo novo Coronavírus no país subiu para 161, esta quarta-feira, com o anúncio de mais duas mortes na cidade de Maputo.
De acordo com o Ministério da Saúde (MISAU), em comunicado de imprensa de actualização de casos da Covid-19, os dois óbitos são pacientes do sexo masculino, de 38 e 40 anos de idade, ambos de nacionalidade moçambicana e que evoluíram para óbito após o agravamento do seu estado de saúde durante o período de internamento em unidades hospitalares da cidade de Maputo. Os dois (2) óbitos foram declarados no dia 26 e 27 do mês corrente.
Por outro lado, nas últimas 24 horas, foram registados mais 103 casos positivos para Covid-19, subindo o total para um cumulativo de 18.265 casos positivos registados, dos quais 17.952 casos são de transmissão local e 313 casos são importados. Os casos novos encontram-se na cidade de Maputo (47), Inhambane (19), Nampula (16), Zambézia (10), Cabo Delgado (quatro), Gaza (três), Manica (dois), Maputo provincial (um) e Sofala (um).
Sobre os internados, o MISAU refere que, nas últimas 24 horas, houve registo de oito novos internamentos e sete altas hospitalares, todas na cidade de Maputo. Actualmente, 41 estão nos Centros de Internamento de Covid-19 e em outras Unidades Hospitalares, destes, 90.2% encontram-se na cidade de Maputo.
Moçambique registou ainda mais 10 casos totalmente recuperados da Covid-19, todos na província de Tete e indivíduos de nacionalidade moçambicana. Assim, o país conta com 16.119 totalmente recuperados da doença e 1.981 casos activos. (Marta Afonso)
O antigo deputado e delegado provincial da RENAMO em Manica, Sofrimento Matequenha, raptado no dia 13 deste Dezembro, foi encontrado morto numa mata do interior daquela província do Centro de Moçambique.
A informação foi revelada por familiares naquela região de Moçambique.
O corpo do político foi descoberto por camponeses, abandonado, com sinais de tortura, e coberto de ramos de árvores numa mata de Pindanganga, uma aldeia do interior de Gondola (Manica), a cerca de 60 quilómetros ao Nordeste do local do seu sequestro, segundo um dos filhos da vítima.
“Após o rapto iniciámos com as buscas e recebemos informações de alguns camponeses, no sábado, dando conta de que tinha sido encontrado, na quinta-feira, um corpo abandonado, com os pés inchados e sinais de tortura, e cujas características físicas e o vestuário apontavam para o meu pai”, explicou o filho do político Almirante Matequenha.
Outra filha do antigo deputado foi depois enviada para o local com a fotografia do político, para confrontar as informações, tendo comprovado que era o corpo do antigo deputado, segundo Almirante Matequenha.
“Quando os camponeses encontraram o corpo [de Sofrimento Matequenha] procuraram por familiares e, por não encontrarem, enterraram o corpo num cemitério tradicional”, acrescentou Almirante Matequenha, adiantando que a família luta agora para reaver o corpo e realizar um funeral condigno.
Lurdes Inácio, a esposa do político Sofrimento Matequenha, disse que não esperava ver “uma pessoa que serviu o país sofrer tortura e ser enterrada de forma desumana”, sem a presença de familiares.
A zona onde foi encontrado o corpo de Sofrimento Matequenha continua com uma forte presença das Forças de Defesa e Segurança e a família tem receios em se deslocar para o local sem uma escolta policial.
Sofrimento Matequenha, antigo deputado e delegado provincial da RENAMO, principal força de oposição, foi raptado da sua residência no início da noite de 13 de Dezembro, de acordo com a denúncia feita pela família.
Um grupo armado, equipado com farda policial, invadiu a casa do político no bairro Nhamaonha, subúrbio de Chimoio, capital provincial de Manica, e levou-o numa viatura preta, com vidros fumados, relatou a esposa do político, na altura.
A Polícia da República de Moçambique remeteu um pronunciamento para segunda-feira.(Redactor)
É lançado, esta terça-feira, dia 22 de Dezembro, em Maputo, o livro “Planisfério Moçambicano – Atlas Literário”, de Nelson Saúte, sob a chancela da editora Marimbique, volume que reúne textos sobre escritores, pintores, cantores, fotógrafos, actores e outras personagens da vida cultural moçambicana e africana, redigidos originalmente para o jornal “O País” entre 2017 e 2018.
Autores como Noémia de Sousa, José Craveirinha, Marcelino dos Santos, Rui Nogar, Rui Knopfli, Albino Magaia, Leite de Vasconcelos, Aníbal Aleluia, o pintor Malangatana, fotógrafos Ricardo Rangel ou Kok Nam, cantores como Zena Bacar, João Cabaço, Joaquim Macuacua, Pedro Langa ou Zeca Alage, ou ainda figuras como Nelson Mandela ou Kofi Annan, atravessam as páginas deste livro.
Num breve texto apresentação deste “Planisfério Moçambicano”, escreve-se sobre a obra: “É, sobretudo, uma celebração de Moçambique, dos seus autores, dos seus músicos, dos seus pintores, dos seus fotógrafos, da sua memória e da sua cultura, da sua inteligência e inquietude. Por outras palavras, um planisfério moçambicano: o país visto sob o ponto de vista cultural.”
Nelson Saúte nasceu em Maputo, Moçambique. É formado em Ciências de Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e é mestre em Sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Foi jornalista na imprensa, na rádio e televisão e foi docente universitário. Foi colunista e publicou textos literários nos seguintes periódicos em Moçambique: Notícias, Domingo, Tempo, Diário de Moçambique, Mediafax, Zambeze e O País. Em Portugal integrou as redacções do JL (Jornal de Letras, Artes e Ideias) e do Público e colaborou na rádio TSF. Manteve um programa sobre livros na TVM e foi comentador político na Rádio Moçambique, onde se iniciou, nos anos 80, como actor, no programa “Cena Aberta”. Foi administrador executivo dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM). Editou, ao longo de seis anos, a revista de bordo Índico da LAM. Fundou e é curador do Museu dos CFM. É editor da Marimbique. Publicou volumes de poesia, de ficção e de entrevistas, compilou e organizou antologias de poesia e de contos. Seus livros estão publicados em Moçambique, Portugal, Brasil, Itália e Cabo Verde.
Devido às medidas de prevenção da Covid-19 e às limitações que se impõem, o lançamento será num evento restrito. Contudo, o livro estará disponível nas livrarias e em vendas online.