Foi empossado, em Março de 2021, como Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em substituição do falecido General Eugénio Mussa, que perdeu a vida três semanas após ter sido nomeado para o cargo. Chama-se Joaquim Rivas Mangrasse, o homem que está a lavar toda a roupa suja que encontra nas FADM. E entre as mudanças por ele introduzidas, inclui-se as visitas relâmpagos a quartéis e instituições militares sem escolta.
No passado dia 18 de Janeiro, através de uma circular com número 01/GAB/CEMG/2022 directamente emitida do Estado-Maior General, assinada pelo Almirante e suportando-se na alínea h do nº 3 do Artigo 8 da estrutura orgânica das FADM aprovada através do Decreto nº 71/2021 de 30 de Dezembro, o Almirante Joaquim Rivas Mangrasse determinou "a proibição do envolvimento dos sectores de finanças das FADM da retenção de parte do salário para amortização das prestações de empréstimos bancários contraídos pelos militares".
Segundo consta na circular, a razão desta medida prende-se com o facto de os empréstimos bancários feitos por membros das FADM se enquadrarem na relação singular do cliente com a instituição credora, onde o militar, como qualquer cliente, responde unilateralmente para contracção e amortização da dívida.
Um outro facto, segundo fontes da "Carta", introduzido pelo Almirante Mangrasse logo que chegou à chefia das FADM, foi "desmontar" todos os quadros que há décadas estavam em posições estratégicas dentro da logística, informação, enquadramento militar e outras, havendo alguns que receberam férias prolongadas e outros que foram transferidos para sectores de pouca intervenção.
Entretanto, contam as fontes, a decisão deixou alguns "influentes quadros superiores" com os nervos à flor da pele e outros começaram a descobrir que padeciam de certas doenças de que durante décadas não sofriam.
De acordo com as fontes, em relação aos militares presentes em zonas de conflito como Cabo Delgado, foram proibidos de usar telemóveis ou tirar fotografias de militares aprumados em locais de combate.
Foram igualmente proibidos de fazer filmagens e partilhas em grupos de redes sociais, como grupos de whatsapp de militares, onde se partilha vídeos e fotos que às vezes vazavam, colocando em choque as lideranças das FADM e as organizações da sociedade civil, à semelhança do polémico vídeo duma mulher regada por balas e que as autoridades negaram qualquer relação com as FADM.
De referir que quando em 2015 foi nomeado como Comandante da Casa Militar, foi fortemente contestado nos momentos iniciais por ter alterado a ementa. Antes da sua chegada, um frango era servido a quatro pessoas, mas ele decidiu que fosse para 12, assunto que mais tarde viria a ser resolvido. Já em 2019, o Almirante Mangrasse exigiu que houvesse aumento salarial, melhoria de condições e aumento do efectivo na Casa Militar, uma exigência satisfeita pelo governo (OOmar)