Três das companhias aéreas de bandeira do mercado da África Lusófona, nomeadamente, a LAM (Linhas Aéreas de Moçambique), TAAG (Linhas Aéreas de Angola) e STP Airways (Transportes Aéreos de São Tomé e Príncipe), consideram que a retoma da actividade normal do sector da aviação depende do controlo da pandemia do novo coronavírus.
Para os representantes daquelas companhias aéreas, o ritmo da retoma estará dependente de um vasto conjunto de variáveis que incluem não só o contexto específico de cada companhia, os potenciais apoios do Estado, bem como a recuperação da procura por parte dos passageiros.
Este posicionamento foi manifestado, na última sexta-feira, 12 de Março, no decurso do Webinar sobre a “Aviação na África Lusófona no Pós-Covid 19”, promovido pela VdA, Vieira de Almeida Sociedade de Advogados, em parceria com Rui Castro e Quadros, docente no ISEC Lisboa.
O encontro tinha por objectivo debater sobre o forte impacto da pandemia na indústria da aviação, reflectindo não só nos danos provocados e nas medidas implementadas para superar os desafios, mas também na eventual redefinição do mercado da aviação na África Lusófona e na preparação dos intervenientes do sector para a retoma.
Na ocasião, o director-geral da LAM, João Pó Jorge, referiu que um dos aspectos importantes que as companhias aéreas da África Lusófona deviam ter em conta na retoma é a cooperação entre elas, estabelecendo parcerias, além de apostar na garantia da sustentabilidade, através da eficiência nas operações.
“Em 2020, o tráfico e a receita da LAM caíram drasticamente, mas agora estamos a conseguir compensar os custos fixos que nos permitem manter de pé”, disse o director-geral da LAM, ajuntando que um dos maiores desafios que a companhia teve nas questões financeiras foi utilizar a sua capacidade em termos de recursos humanos e fazer ajustes em algumas compensações e cortes.
“Esperamos que, com a vacina contra a Covid-19 e com a melhoria da situação, comecemos a voar normalmente”, tendo acrescentado: “em Moçambique temos um aspecto particular que são os megaprojectos de Petróleo e Gás que estão a recomeçar as operações este mês e que talvez, a partir de Outubro, a demanda nos ajude a colmatar a deficiência que existe no número de passageiros por voo”, frisou.
No decurso do Webinar, os participantes foram unânimes em considerar que a forte interdependência da indústria da aviação, com os outros sectores da economia, bem como a mobilidade doméstica e internacional, determinou que a aviação fosse uma das indústrias mais atingidas por esta crise.
Após a declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desencadeada pelo surto do vírus, a maioria dos países impôs restrições à entrada e saída de passageiros ou mesmo encerrou as fronteiras. De acordo com dados da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), do fim do ano passado, estas medidas contribuíram para uma diminuição em 79% no número de lugares oferecidos a nível global. (Carta)