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quinta-feira, 06 dezembro 2018 05:45

Moçambique pode adquirir acções minoritárias da Ethiopian Airlines?

Com alguns alaridos decorrentes da entrada da Ethiopian Airlines (EA) na concorrência no nosso espaço aéreo, os “sindicalistas” da Linhas Aéreas de Moçambique levantaram um vendaval de pouca velocidade sem alcance profundo naquilo que poderá a estar a ser concretizado ao mais alto nível, numa operação que pode ter a batuta da nova direcção da empresa, liderada pelo Engenheiro João Pó Jorge, com o apoio do IGEPE. A provável venda da parte minoritária da LAM a ET. 

O  Governo da Zâmbia vendeu recentemente 45% da sua companhia estatal à EA, para salvar a empresa, que se encontrava num caos, tal como se encontra a nossa companhia de bandeira. Indiscutivelmente a maior companhia aérea de África em termos de receitas e lucros, a EA não quer apenas deter a hegemonia dos céus do continente: ela também busca impulsionar o espaço aéreo fragmentado de África, por meio de uma maior conectividade, formação de alianças estratégicas, além de lançar ou reativar novas companhias aéreas africanas soberanas.

A 16 de Agosto deste ano, Tewolde Gabremariam, o CEO da ET sugeri deveria ser co-propriedade dos governos africanos. Tewolde disse que o governo da Etiópia deve aproveitar a estatura da companhia para consolidar o seu lugar no continente.  "Como companhia aérea Pan-Africana, não vejo qualquer razão para não vender as acções minoritárias da Ethiopian Airlines aos países africanos, se elas estiverem interessadas em comprar."

A optimista declaração de Tewolde reflete também uma nova era na Etiópia. Desde que o primeiro-ministro Abiy Ahmed chegou ao poder em Abril, ele supervisionou reformas radicais que mudaram a trajetória do país. Isso inclui a introdução de uma importante política destinada a afrouxar o monopólio do governo em vários setores económicos importantes, incluindo a aviação e as telecomunicações.

As palavras de Tewolde são também indicativas do sucesso recorde da EA em melhorar sua estrutura financeira, operacional, frota de aeronaves e números anuais de passageiros. No ano fiscal que terminou em Julho de 2018, a transportadora anunciou que comprou uma participação de 45% para reativar a Zâmbia Airways, que entrou em liquidação em 1994. Para consolidar a sua presença regional, também iniciou negociações para estabelecer novos centros em Moçambique (ja operacional desde 1 de Dezembro), Chade e a Guiné Equatorial, para além das que já opera no Malawi e no Togo. 

A ET aumentou de 58 para mais de 100 destinos internacionais. No final de Julho, a companhia aérea anunciou um acordo com a DHL para construir o maior centro de logística de carga em todo continente. Para atrair mais do que seus atuais 10,6 milhões de passageiros, a companhia aérea apresentou um plano que permite aos viajantes descobrir e experimentar os muitos tesouros históricos, culturais, religiosos e naturais da Etiópia. A partir de Junho, a Etiópia introduziu um serviço de visto eletrónico para todos os visitantes internacionais, facilitando o acesso de passageiros com escalas para entrar no país. 

A EA é a maior companhia deíaviação continental e tem uma politica chamada visão 2025, com a qual pretende continuar a ser a maior e caberá ao governo moçambicano, se quiser salvar a LAM, vender parte da sua “soberania”, para não deixar a LAM na bancarrota. (L.N.)

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