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quarta-feira, 31 julho 2019 06:32

Combate à caça furtiva de elefantes: Reserva Nacional do Niassa conta com centro de vigilância orçado em 6.7 milhões de Mts

A Reserva Nacional do Niassa, a maior área protegida do país, conta, desde o presente mês, com um Centro de Vigilância, cujo objectivo é reforçar a capacidade operativa e de monitorização da fauna bravia naquela área de conservação. A informação foi avançada pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), numa nota a que o nosso Jornal teve acesso.

 

De acordo com a ANAC, a infra-estrutura, que ocupa uma área de 111.72 m², está orçada em 6.7 milhões de Mts, desembolsados pelo governo do Japão, no âmbito do Programa de Monitoria do Abate Ilegal do Elefante, implementado no quadro da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES).

 

No entanto, segundo o comunicado, Mateus Mutemba, Director-Geral da ANAC, afirma que o nosso país, à semelhança de vários países do mundo, tem registado incidências significativas de casos de comércio ilegal de produtos de flora e fauna bravia e casos de caça furtiva de espécies emblemáticas, sobretudo em áreas de conservação localizadas em zonas fronteiriças, tal o caso da Reserva Nacional do Niassa.

 

Segundo Mutemba, a situação fez com que o governo estabelecesse parcerias com instituições Intergovernamentais e Organizações Não-Governamentais (ONG) ligadas à conservação da biodiversidade, para assistência nos assuntos técnicos de gestão faunística.

 

Refira-se que o Centro de Vigilância, ora edificado, foi construído pelo governo japonês, que na última conferência internacional sobre o combate ao comércio ilegal de produtos de Fauna, realizado em Londres, na Inglaterra, em Fevereiro de 2014, comprometeu-se a canalizar fundos para a construção e equipamento de infra-estruturas para a monitoria da fauna.

 

Acrescentando, Mutemba disse que o desafio actual para a Reserva Nacional do Niassa passa por expandir a rede de comunicação via rádio e a rede das infra-estruturas da sede, onde está prevista a construção de uma nova sala de operações, postos de fiscalização, escritórios e dormitórios para fiscais. Para tal, garantiu a fonte, está em curso um trabalho de mobilização de recursos financeiros para a fortificação da segurança na Reserva do Niassa.

 

Também citado pela nota, o Embaixador do Japão em Moçambique, Toshio Ikeda, afirmou que o seu país está disposto a trabalhar, no sentido de fortalecer a cooperação com a comunidade internacional e com Moçambique, em particular, para a eliminação da caça ilegal de animais selvagens.

 

Contudo, desde Junho de 2018 que o abate ilegal de elefantes foi estancado na Reserva Nacional do Niassa, devido ao fenómeno da insurgência que se vive na província de Cabo Delgado, segundo o especialista Alastair Nelson. Este facto fez com que o executivo de Filipe Nyusi mobilizasse as Forças de Defesa e Segurança para alguns distritos limítrofes com a Reserva Nacional do Niassa. (Omardine Omar)

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