A prisão na França do cofundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, deixou parte da comunidade fã do mensageiro preocupada. Afinal, o aplicativo pode sofrer algum tipo de punição após a detenção do executivo?
Durov foi detido em um aeroporto nas proximidades de Paris no último sábado (24) e, por enquanto, segue em interrogatório. As autoridades antifraude e de cibersegurança da França lideram as investigações, que ainda não tiveram todos os detalhes revelados.
As poucas informações reveladas até o momento sobre o caso indicam que Durov tinha um mandado de prisão em aberto na França. O motivo é a falta de colaboração da plataforma em investigações criminais e acusações de que o mensageiro é usado para a prática de crimes como lavagem de dinheiro, tráfigo de drogas, bullying e terrorismo.
O Telegram pode ser bloqueado?
De acordo com Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação consultado pelo TecMundo, ainda é cedo para saber os impactos da prisão de Durov para o Telegram. Por ter cidadania francesa, ele pode responder por crimes no país, mas ainda não há uma acusação formal contra o executivo.
"Pode ser que ele seja liberado imediatamente, o processo continue, bem como seja prisão preventiva ou até mesmo multa. O cenário nos próximos dias pode mudar", explica.
Mesmo com o CEO preso, é improvável que o Telegram seja proibido a nível global, até porque o app privado costuma dificultar respostas a questionamentos e demandas judiciais. Mesmo que o executivo seja considerado culpado, isso poderia resultar em uma proibição na própria França, caso a Justiça local assim determinasse.
Ainda assim, o estilo de gestão de Durov costuma render polêmicas. Para a Igreja, a postura "bastante questionadora e descentralizada" faz com que o mensageiro seja visto por algumas pessoas como defensora da liberdade, ou permissiva e de mais enfrentamento por outras.
O Telegram também está sob a mira do governo da Índia e corre o risco de ser banido no país. As acusações do governo são similares: o app é usado como plataforma para crimes como extorsão e apostas, sem oferecer uma moderação própria efetiva ou colaborar com investigações. (TecMundo)