A Fly Modern Ark (FMA), firma que reestrutura a empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mostra que a companhia aérea de bandeira continua nos escombros por causa da dívida insustentável e falta de lucro.
“A LAM neste momento está saudável, mas não muito bem. Não estamos a dizer que estamos a ter lucro porque não é possível, mas está saudável e está a conseguir cumprir com os seus compromissos de forma mais aliviada”, disse o Director de Projectos da FMA, Sérgio Matos.
Matos falava durante o lançamento, na última segunda-feira (30) em Maputo, de duas novas rotas, nomeadamente Maputo-Lisboa (Portugal) e Maputo-Cidade do Cabo (África do Sul). Na ocasião, o Director de Projectos na FMA mencionou o lançamento de novas rotas como uma das medidas para tornar a LAM produtiva e lucrativa.
O gestor explicou ainda que, para reduzir a dívida elevada da Companhia, a FMA tem feito o encontro de contas a pagar (aos fornecedores) e a receber (dos clientes). Disse que, até fim de Outubro, a LAM devia a mais de 100 empresas, entre fornecedores de bens e serviços e principalmente instituições financeiras. Mas à LAM, disse Matos, devem mais de 80 empresas. Com base nesses números, pode depreender-se que a companhia tem mais a pagar do que a receber.
Durante a conferência de imprensa, o Director de Projectos da FMA não precisou os números da dívida que a LAM tem, entretanto, disse que o volume da dívida já saldada não é satisfatório. No âmbito do projecto de reestruturação, a FMA pôs em prática uma série de iniciativas estratégicas para estabilizar a companhia aérea e obter rentabilidade.
A avaliação do desempenho da FMA desde o início do projecto de reestruturação em Abril de 2023 baseia-se nos seguintes indicadores-chave: a) Reestruturação do balanço; b) Criação de um ambiente de controlo mais rigoroso e geralmente aceitável; c) Melhoria e aumento da rede de rotas d) Aumento das frequências; e) Expansão da frota; f) Introdução de tarifas acessíveis, sem comprometer a geração de receitas para garantir a sustentabilidade do negócio; g) Obtenção de uma rentabilidade global positiva nas rotas; h) Adopção de um modelo empresarial sustentável; i) Melhoria das eficiências operacionais e, finalmente, melhoria do planeamento técnico e de manutenção.
Dados facultados pela FMA revelam que a análise da tendência do desempenho mensal (KPIs), no período de Janeiro a Setembro de 2023, indica uma trajectória positiva e continuará no quadro da estratégia que a firma sul-africana está a estabelecer numa base sólida para a melhoria contínua da LAM. (Evaristo Chilingue)