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terça-feira, 06 junho 2023 07:26

Malawi lança investigações sobre o passaporte do suspeito de genocídio no Ruanda Fulgence Kayishema

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O governo do Malawi lançou investigações sobre como o fugitivo do genocídio no Ruanda Fulgence Kayishema obteve um passaporte malawiano entre 2017 e 2018 que ele usou para viajar com o nome de Positani Chikuse. Kayishema usou o passaporte malawiano para cruzar a fronteira entre E-Swatine e África do Sul.

 

O ministro do Interior do Malawi, Kenneth Zikhale Ng'oma, disse à imprensa esta segunda-feira (5) que os culpados pela emissão do passaporte serão levados à barra da justiça caso sejam encontrados.

 

"Aquele que emitiu o passaporte será encontrado e levado à barra da justiça. Estamos a organizar o sistema bastante vulnerável", disse Ng'oma.

 

O uso do passaporte malawiano por Kayishema prova a vulnerabilidade das instituições do Malawi quanto à emissão de passaportes e de outros documentos para estrangeiros, pondo em perigo não só a segurança interna, mas também da região.

 

Numa tentativa para estancar a situação, o ministro do Interior do Malawi revogou a cidadania de 396 cidadãos do Ruanda e do Burundi que foram assistidos de forma duvidosa para adquirir os documentos de naturalização do Malawi.

 

Por outro lado, o ministro Ng'oma explicou que o governo ruandês também emitiu mandados de prisão para 55 indivíduos suspeitos de planear o genocídio de 1994 contra os tutsis em diferentes locais do Ruanda e lançou a ″caça″ com base nos nomes fornecidos.

 

"São ruandeses, mas podem ter mudado de identidade porque são algumas das pessoas mais procuradas do mundo. Estamos em contacto com eles junto com o Burundi para encontrar esses suspeitos por supostamente terem matado mais de 2.000 pessoas", disse Ng'oma.

 

Ele revelou ainda que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNCHR) escreveu uma carta ao governo do Malawi solicitando a extradição de mais de 500 indivíduos suspeitos de estarem envolvidos no genocídio de 1994 contra os tutsis.

 

Kayishema foi preso pelo Mecanismo Residual Internacional para Tribunais Criminais (IRMCT), em coordenação com a Equipa de Rastreio de Fugitivos e com as autoridades sul-africanas em 25 de Maio em Paarl, Cabo Ocidental.

 

De acordo com o Tribunal Penal Internacional para Ruanda (ICTR), Kayishema foi indiciado em 2001 de genocídio, cumplicidade em genocídio, conspiração para cometer genocídio e crimes contra a humanidade e outros crimes cometidos na comuna de Kivumu, província de Kibuye, durante o genocídio de 1994 contra o Tutsis no Ruanda.

 

Em 15 de Abril de 1994, na Igreja Nyange na comuna de Kivumu, Kayishema e outros co-réus mataram mais de 2.000 refugiados, incluindo homens, mulheres, idosos e crianças. (The New Times)

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