O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) exige ao Governo transparência e esclarecimento no âmbito da abordagem feita pelo Chefe do Estado, Filipe Nyusi, há duas semanas, a partir dos Emirados Árabes, dando conta de que está em perspectiva a recepção de um financiamento para reabilitação da Estrada Nacional Número 1.
Falando à imprensa, o Presidente do MDM, Lutero Simango, disse que o partido é defensor de infra-estruturas, estradas, energia e abastecimento de água para Moçambique, como factores essenciais para a promoção do desenvolvimento. Lutero Simango sublinha também que está de acordo que o país pode contrair empréstimos, mas isto não pode ser feito à custa do sacrifício do povo moçambicano.
"Nós queremos saber o que este financiamento significa para os bolsos dos moçambicanos e qual é o impacto que terá no orçamento do Estado e também no serviço de dívida pública do país, como forma de garantir a gestão financeira das contas do Estado e havendo um processo de adjudicação para a reabilitação da EN1, que seja um processo transparente e público".
“Os moçambicanos têm de ter uma informação substancial para poder depois cumprir o seu dever e a sua missão que é de fiscalizar. Nós nos posicionamos desta forma porque não queremos que se repitam os erros do passado, a famosa engenharia financeira que levou o país a endividar-se no esquema das dívidas ocultas e também que fique claro que se nos próximos tempos se falar de Abu Dhabi, temos de ter certas reservas. Por isso queremos desafiar o Governo para que comunique mais e explique os moçambicanos sobre este possível financiamento em nome da transparência", frisou.
Por outro lado, Simango desafia o Governo a criar o Tribunal de Contas como o melhor instrumento de combate à corrupção, tendo em conta que este mesmo tribunal não só vai recomendar, mas também vai julgar e condenar os infractores.
“Já chega de promover o discurso de combate à corrupção. O Tribunal de Contas terá ferramentas necessárias como tribunal para julgar e condenar todos os corruptos e todos que tendem a desviar os fundos públicos e também será a alta expressão do nosso compromisso como Estado no combate à corrupção. Com este tribunal, vamos criar a disciplina no uso dos fundos públicos”, referiu Simango. (Marta Afonso)