Em Manlahipa, uma aldeia do distrito de Mogovolas, em Nampula, está a crescer um cajual comunitário de uma associação com cerca de 200 famílias, assistidas pela Gapi.
“Isto é um modelo de projecto de desenvolvimento que estamos a promover porque diversifica as fontes de renda de famílias camponesas e contribui para a recuperação da produção de caju em Moçambique. Este projecto é um exemplo da nossa estratégia de desenvolvimento rural”, disse Salomão Chaile, gerente da Gapi em Nampula, numa recente apresentação pública deste empreendimento.
O relatório de monitoria de implementação deste projecto de responsabilidade social corporativa da Gapi, datado de Dezembro de 2022, informa que, até ao momento, na comunidade de Manlahipa, foram plantadas cerca de 32 mil árvores numa área de 317 hectares:
“Na campanha agrícola 2021/22, da área de 25 hectares referentes aos cajueiros transplantados em 2018, que foi o ano de início efectivo do projecto, as famílias de produtores com lotes já em produção receberam 1,5 milhões de meticais da venda das 45 toneladas de caju colhidas naquela campanha. Com estes rendimentos, as famílias de produtores locais têm estado a melhorar a capacidade de aquisição de pesticidas e outros agroquímicos necessários para garantir a produção e produtividade não só do caju, como também de outras culturas alimentares”, segundo o mesmo relatório.
O projecto de um cajual comunitário em Mogovolas nasceu de uma reflexão envolvendo líderes comunitários de Manlahipa com a direcção da Condor Caju – a fábrica de processamento de caju de Nametil – e a direcção da Gapi.
Com a colaboração do governo provincial de Nampula, em 2017, a Gapi obteve o Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) a favor desta associação comunitária na ordem de 634 hectares.
Para a campanha 2022/2023, a Gapi, em parceria com o Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM), disponibilizou 6.200 novas mudas para a comunidade de Manlahipa, incluindo assim mais 30 famílias, para fazerem o transplante numa área de 60 hectares. Além das mudas provenientes dos viveiros do IAM, estão também a ser usadas sementes policlonais actualmente produzidas no distrito de Mogovolas pela empresa Ikuru, que foi fundada e é participada pela Gapi.
Dos resultados alcançados com a associação de agricultores de Manlahipa, e da boa cooperação com a Condor Caju de Nametil, a Comissão Executiva da Gapi deliberou partilhar esta experiência com outras instituições, em particular empresas agroindustriais do caju e entidades prestadoras de assistência ao desenvolvimento, com vista a criar réplicas deste modelo e acelerar o processo de recuperação e expansão do caju em Moçambique e ainda melhorar os rendimentos de famílias de agricultores.