A Namíbia é agora presidente do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) para o mês de Novembro. O Ministério namibiano das Relações Internacionais e Cooperação acolheu esta segunda-feira a 1.119ª reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana.
Namíbia colocou como prioridade da presidência a promoção da paz e segurança no continente africano, com destaque para a reposição da segurança em Cabo Delgado. A Ministra das Relações Internacionais e Cooperação Netumbo Nandi-Ndaitwah, que é presidente do Conselho de Paz e Segurança, disse que a Namíbia considera importante esta responsabilidade “principalmente num momento em que o continente enfrenta vários desafios sócio-económicos e de governação e experimenta uma onda de conflitos e a ameaça de terrorismo e extremismo violento.
Para o efeito, o país propôs uma agenda política bastante significativa no programa mensal de trabalho para Novembro, disse Nandi-Ndaitwah. De acordo com a UA, o Conselho adoptou o comunicado sobre o destacamento da Missão da SADC em Moçambique (SAMIM) produzido na 1062ª reunião, em que reafirmou o compromisso da União Africana com Moçambique, SADC e SAMIM.
“Isso é para melhorar a coordenação no apoio aos esforços de combate ao terrorismo e extremismo violento, e para restaurar a segurança na província de Cabo Delgado, em Moçambique”, disse a ministra Nandi-Ndaitwah.
No mesmo comunicado, o Conselho elogiou ainda o empenho de Moçambique em enfrentar a ameaça representada pelo terrorismo e extremismo violento em Cabo Delgado. “Assim, quero garantir ao nosso país irmão Moçambique que o apoio do Conselho de Paz e Segurança da União Africana se mantém para esse objectivo. Embora a África tenha experimentado um aumento no número e expansão na área geográfica de conflitos durante a última década, talvez não haja outra forma de conflito violento no continente que tenha testemunhado um aumento maior do que o terrorismo”, frisou a chefe da diplomacia namibiana.
“Hoje, a ameaça do terrorismo não apenas engoliu o Sahel, uma região actualmente mais afectada por essa ameaça, mas também levantou a sua cabeça feia em todo o continente”, disse Nandi-Ndaitwah, acrescentando que mesmo a região da África Austral, que tem a menor carga de conflitos violentos em relação a outras regiões do continente, não é poupada do terrorismo. Desde o destacamento da SAMIM, que está a trabalhar ao lado do exército moçambicano, que se registou uma contribuição significativa para a libertação das regiões que estavam nas mãos do grupo terrorista.
“A Namíbia deseja estender o seu apreço aos Estados-membros que contribuíram com tropas e pessoal para a SAMIM e pela cooperação entre a SAMIM e o governo de Moçambique”, disse Nandi-Ndaitwah.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana é o principal órgão encarregado de garantir a paz e segurança no continente e integra 15 membros. O órgão funciona na sede da UA, em Addis-Abeba, Etiópia, e é coadjuvado nas suas deliberações por um comité militar e outro de peritos em diplomacia.
As sessões durante o mês de Novembro vão ser presididas pela ministra namibiana das Relações Internacionais e Cooperação Netumbo Nandi-Ndaitwah. Refira-se que Namíbia assume a presidência do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS-UA) no corrente mês de Novembro, exercida numa base rotativa mensal. Moçambique presidiu, em Outubro de 2021, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana. (Carta)