O Movimento de Educação para Todos (MEPT), uma organização que trabalha e/ou se interessa pela melhoria da qualidade de educação em Moçambique, lança um apelo para que não se faça do livro escolar uma arma destruidora da nação e manifesta a sua solidariedade a milhões de alunos e alunas e ao povo em geral, pelo prejuízo causado com a questão dos livros do ensino básico.
“O ano lectivo de 2022 iniciou de forma atípica por conta do atraso na distribuição do livro escolar às escolas. Só no fim de Maio é que o Governo fez a distribuição dos livros, o que comprometeu o processo de aprendizagem do primeiro trimestre. Para além do atraso, os mesmos apresentaram erros graves, o que fez com que fossem retirados imediatamente das mãos dos alunos”, refere o documento.
Na mesma nota, o MEPT sugere não só a retirada dos manuais como também a incineração de todos os livros em causa.
Mais adiante, a organização entende que deve ser feita uma investigação e serem identificados e responsabilizados disciplinar e criminalmente os responsáveis pelos erros, bem como o envolvimento da sociedade civil na equipa multi-sectorial de averiguação dos factos que causaram este escândalo no sector da educação.
No mesmo documento, o MEPT diz que quer ver as universidades especializadas, sociedade civil e especialistas envolvidos no processo de produção, análise, revisão e avaliação do manual escolar. Desta forma, a organização pretende garantir que o processo de produção do livro escolar inclua revisões especializadas em cada estágio, por forma a assegurar manuais de qualidade.
Na mesma senda, o MEPT sugere que sejam criadas condições para que os livros possam ser produzidos a nível interno, como forma de reduzir os custos e assegurar que os mesmos sejam revistos antes da impressão massiva.
O MEPT exige ainda que se reforce o controlo da qualidade e monitoria em todas as cadeias de desenho dos manuais, impressão, reprodução e distribuição nas escolas. (Marta Afonso)