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segunda-feira, 23 maio 2022 03:19

Caso DTM: Cerca de 1.600 mineiros recebem salários em atraso, 12 anos depois

José Carimo, Gestor-Executivo da TEBA, empresa responsável pelo recrutamento da mão-de-obra nacional para as minas da República da África do Sul, disse que 1.600 mineiros já estão a receber os seus salários em atraso, depois de terem sido mobilizados cerca de 5 milhões de Rands para ressarcir os mineiros que haviam sido “cabeceados” entre os anos 2010 e 2017.

 

O escândalo ficou evidente durante o julgamento do caso de desvio de mais de 113 milhões de Meticais na Direcção do Trabalho Migratório, que está sendo julgado na 10ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM). O caso envolve altos funcionários do Ministério do Trabalho e Segurança Social, entre os quais a ex-Ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo.

 

Em conferência de imprensa concedida na última sexta-feira, na sequência da sua audição no Tribunal, como declarante, José Carimo afirmou que já está em curso o pagamento dos salários em atrasos.

 

“O importante é que os salários das pessoas que não receberam, nessa altura, já estão a ser pagos, neste momento. O processo começou em Dezembro do ano passado e o Ministério do Trabalho e Segurança Social já adiantou um dos cerca de cinco milhões de Rands que estavam em falta”, afirmou.

 

Segundo a fonte, para que situações de género não voltem a acontecer, a Ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Talapa, preparou um memorando que será brevemente assinado pelo Governo e aquela empresa de recrutamento.

 

Segundo a TEBA, até 2005, Moçambique tinha 55 mil cidadãos a trabalhar nas minas da África do Sul e hoje o número baixou para 18 mil, sendo que nos próximos anos poderá baixar ainda mais.  A recrutadora é responsável por 98% da mão-de-obra moçambicana que trabalha nas minas da África do Sul, sendo maioritariamente da região sul do país.

 

Na conferência de imprensa, José Carimo revelou que a África do Sul transfere, por ano, cerca de 900 milhões de Rands para o Estado moçambicano para o pagamento de salários diferidos dos mineiros, o correspondente a 3.663 Mil milhões de Meticais. (O.O.)

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