Cerca de 200 mil Bilhetes de Identidade inundam os guichés das Direcções de Identificação Civil, em todo o país. O alerta foi dado esta quarta-feira pela Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), em conferência de imprensa, que visava explicar as razões da introdução de um novo talão.
Segundo Gilda Lameke, porta-voz da DNIC, tal facto acontece porque a maioria dos cidadãos, após obter o talão, prescindem do documento principal, pois, aquele documento continha todos os dados do indivíduo.
Assim, para reverter a situação, diz a fonte, a DNIC introduziu um novo talão, que apenas contém o nome do cidadão e sua data de nascimento, facto que não lhe permitirá tramitar processos ou outros documentos pessoais sem ter o Bilhete de Identidade.
“Fomos obrigados a introduzir o novo talão porque o que acontecia é que, depois de tratar o BI, os cidadãos usavam o talão como substituto e iam a qualquer instituição, visto que tinha lá todos os dados necessários e acabavam se acomodando com o uso do talão. Então, uma vez constando apenas o nome e a data de nascimento, os cidadãos sentirão a necessidade de levantar seus BI”, explicou a porta-voz da DNIC.
No entanto, esta versão colide com a realidade que caracteriza as DIC. O facto é que cidadãos tratam aquele documento de identificação, porém, chegada a hora de procederem com o seu levantamento, deparam-se com dificuldades, geralmente impostas pelos funcionários das DIC, que recorrem ao “ainda não saiu” para despachar os utentes.
Até Fevereiro último, revela Gilda Lameke, a DNIC contabilizava 191.898 Bilhetes de Identidade não levantados, contra 144.037 do igual período do ano passado, o que corresponde a uma subida de 24.9%.
Refira-se que na conferência de imprensa concedida esta quarta-feira, a DINC anunciou a reabertura da DIC da Avenida 24 de Julho, que se encontrava encerrada para reabilitação, devido ao seu avançado estado de degradação. (Marta Afonso)