Dados acumulados e recentemente divulgados pelo Banco de Moçambique, referentes ao terceiro trimestre de 2021, sobre transacções entre Moçambique e o resto do mundo, apontam para o aumento de exportações, facto que contribuiu para o abrandamento do défice da Conta Corrente (CC).
Um relatório a que tivemos acesso realça que, no período em análise, o saldo conjunto das CC e de capital situou-se em 2.7 biliões de USD, o que representa uma melhoria de 7.2%, quando comparado a igual período de 2020.
De acordo com o documento, este resultado deveu-se essencialmente à redução, em 9.2%, do défice da CC, que se fixou em 2,7 milhões de USD. Entretanto, o regulador do sistema financeiro nacional anotou que a conta de capital contribuiu negativamente para o saldo conjunto, em face da contracção do saldo superavitário de 94.6 milhões de USD para 24.9 milhões de USD, explicado pela diminuição da ajuda externa ao país.
“O abrandamento do défice da CC é justificado pela redução do défice da conta parcial de bens em 5.8% (determinado pelo aumento das receitas de exportação, em 37.7%, ante o aumento da factura de importação, em 19.3%) e pelo incremento do saldo positivo dos rendimentos secundários (transferências correntes) em 54.7%”, lê-se no documento.
Por seu turno, detalha o informe do Banco Central, dados da conta financeira (CF) apontam para entrada líquida de recursos financeiros na ordem de USD 2,4 biliões, menos 4.7% em relação a igual período de 2020, devido à diminuição na contratação líquida de passivos sob a forma de Outro Investimento, em mais de 100%, num contexto em que o fluxo de investimento directo estrangeiro (IDE) cresceu em mais de 100%, fixando-se em 4,590 milhões de USD.
“Como resultado das transacções entre Moçambique e o resto do mundo, o balanço entre a CC e CF apresentou um saldo global deficitário de USD 303.3 milhões, o que culminou com o desgaste de activos de reserva em USD 192.5 milhões, tendo o saldo das reservas internacionais brutas, a 30 de setembro de 2021, se situado em USD 3,838.3 milhões, o suficiente para cobrir 5.3 e 7.8 meses de importação de bens e serviços, incluindo e excluindo grandes projectos, respectivamente”, concluiu o informe sobre estatísticas externas do Banco central, referente aos primeiros noves meses de 2021. (Carta)