A província de Gaza ganhou, na última quarta-feira, mais 194 novos extensionistas, cuja missão é catapultar a produção e produtividade daquela província, transferindo aos agricultores o conhecimento e técnicas de produção. Os recém-contratados juntam-se aos 158 agentes de extensão que vinham trabalhando naquela província do sul do país.
O acto de juramento dos novos extensionistas aconteceu no Complexo Agro-industrial de Chókwè e foi dirigido pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, e aconteceu no âmbito da preparação da segunda época agrária (2021/2022) do programa Sustenta.
Como objectivo do Governo e parte do juramento dos extensionistas, Correia desafiou os novos técnicos a aumentar a renda agrícola, dos actuais cinco mil Meticais por ano para 30 mil Meticais por agricultor.
“Temos afirmado que o nosso desafio para o combate à pobreza e fome passa pela transferência de tecnologias para os nossos produtores e este é que é o vosso grande desafio, extensionistas. A tecnologia neste caso é a semente e o fertilizante. Um extensionista que não consegue ensinar o produtor a usar a semente e fertilizante e combater pragas não está a fazer o seu trabalho. Pouco adianta o juramento, as motas, o equipamento que tem, se o rendimento, conforme juraram, não subir”, afirmou o Ministro.
Para dinamizar ainda mais a produtividade dos extensionistas, o Ministro informou que o Governo introduziu, este ano, uma nova função para os extensionistas, que passa por fazer a ligação entre os campos de produção e o mercado de consumo. Caberá agora àqueles técnicos a compra da produção (aos produtores) e encaminhamento à fábrica.
Na senda dos desafios, o governante sublinhou que o juramento que os extensionistas acabam de prestar não pode ser letra morta. “Deve converter-se num compromisso diário de levar a qualidade dos nossos produtores que representam hoje a maior base produtiva de Moçambique”, reiterou Correia.
Os desafios do Ministro aos extensionistas acontecem num ano em que começa o estudo de requalificação de todo o regadio de Chókwè (tido como o celeiro da província de Gaza), que tem sido um dos desafios de décadas.
Segundo Correia, o Governo quer com a medida, não só criar condições para que o sector privado apareça, mas também seja o principal motor da integração da agricultura familiar em cadeias de valor.
Após a cerimónia de juramento, Belar Honwana, extensionista afecta ao distrito de Massingir, explicou à “Carta” os desafios que lhe esperam durante o seu trabalho aos 200 agricultores, mas garantiu superá-los com vista a aumentar a renda dos agricultores. “Os desafios são vários. De entre vários, o destaque vai para a sensibilização e disseminação das novas tecnologias, para alavancar os pequenos produtores com vista a ter um olhar ao negócio e aumentar a sua renda. Será o meu dia-a-dia e garanto tudo fazer para enfrentar os desafios”, assegurou Honwana. (Evaristo Chilingue)