O aumento das receitas fiscais de Moçambique de 14% em 2018 tem disfarçado a fragilidade do país na aplicação de leis e antecipa dificuldades na implementação de outras medidas semelhantes, afirmou a Economist Intelligence Unit (EIU).
As autoridades moçambicanas atribuem a subida da colecta à introdução de novos impostos e melhoria da implementação da legislação tributária, juntamente com um crescimento modesto em 2018. No entanto, a aplicação dessa legislação é "fraca", observaram os analistas. No ano passado, a receita fiscal de Moçambique aumentou 14%, passando de 196 mil milhões de Meticais em 2017 para 223 mil milhões em 2018, devido à introdução, em Janeiro de 2018, de novas taxas sobre o álcool e o tabaco. O crescimento económico atingiu 3,5% no ano passado mas deverá cair ligeiramente para 3,4% este ano, segundo a EIU. Os analistas também esperam que a receita fiscal aumente este ano. De acordo com a nota enviada aos investidores a que a Lusa teve acesso, após as eleições realizadas este ano, a profundidade da crise financeira do país obrigará o governo a aumentar as receitas fiscais através da eliminação progressiva dos subsídios, da redução das isenções e da privatização de activos públicos, no entanto, haverá forte resistência de empresários e consumidores. (Lusa)