Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quinta-feira, 20 maio 2021 06:50

Banco de Moçambique mantém elevadas taxas de juro de referência

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 13,25%, um nível considerado pelo sector produtivo como elevado. Em comunicado de imprensa, o Banco de Moçambique fundamenta a manutenção com o agravamento dos riscos e incertezas, não obstante a revisão em baixa das perspectivas de inflação no curto e médio prazo, a reflectir, sobretudo, a recente apreciação do Metical.

 

“O CPMO decidiu, igualmente, manter as taxas de juro da Facilidade Permanente de Depósito (FPD) em 10,25% e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 16,25%, bem como os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente”, refere a nota.

 

Durante a reunião havida na manhã desta quarta-feira, o CPMO constatou que os riscos e incertezas associados às projecções de inflação agravaram-se, a nível doméstico devido à intensificação da instabilidade militar na zona norte do país, com impacto na pressão fiscal e na suspensão do projecto Mozambique LNG, para além da maior volatilidade da taxa de câmbio, decorrente das elevadas incertezas e das assimetrias existentes no processo de formação de expectativas dos operadores no mercado cambial.

 

Na conjuntura externa, aquele órgão do Banco Central diz haver uma maior flutuação dos preços dos activos financeiros e das mercadorias e o surgimento de novas variantes do coronavírus.

 

“As perspectivas de inflação foram revistas em baixa, apesar do agravamento dos riscos. A inflação anual desacelerou para 5,19% em Abril, após 5,76% em Março, a reflectir a recente apreciação do Metical e a dissipação do impacto das intempéries que assolaram o país no princípio do ano”, lê-se no comunicado.

 

O regulador do sistema financeiro nacional continua a prever uma recuperação mais lenta da economia em 2021, devido à fraca procura interna, conjugada com a suspensão do projecto de exploração do gás pela Total, não obstante a previsão de retoma gradual da procura externa e da tendência para a contenção da propagação da Covid-19.

 

“Assim, perante o limitado espaço da política monetária e do Orçamento do Estado, mantém-se a pertinência do aprofundamento de reformas estruturantes na economia, com vista ao fortalecimento das instituições, melhoria do ambiente de negócios, atracção de investimentos e criação de emprego”, propõe o Banco de Moçambique.

 

A instituição relata ainda que a dívida pública interna se mantém elevada. Desde finais de Março, a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou ligeiramente em 310 milhões para 205,5 mil milhões de Meticais.

 

Em comunicado, o Banco Central reporta também que as reservas internacionais se mantêm em níveis confortáveis, em 3.987 milhões de USD, montante suficiente para cobrir mais de seis meses de importações de bens e serviços.

 

“O CPMO continuará a monitorar a envolvente macroeconómica doméstica e internacional, bem assim os riscos prevalecentes, e não hesitará em tomar medidas correctivas necessárias antes da próxima reunião ordinária agendada para o dia 21 de Julho de 2021”, conclui o comunicado assinado pelo Governador do Banco Central, Rogério Lucas Zandamela. (Carta)

Sir Motors

Ler 1667 vezes