O Indicador do Clima Económico (ICE) prolongou a tendência decrescente que vem registando desde o primeiro trimestre de 2020, tendo o respectivo saldo atingido o nível mais baixo da respectiva série temporal, revela o boletim do Instituto Nacional de Estatística (INE), que analisa mensalmente a confiança e clima económico das empresas moçambicanas.
De acordo com o boletim do INE, esta conjuntura desfavorável deveu-se, tal como no segundo trimestre, à deterioração das expectativas de emprego e da procura que vem diminuindo pelo terceiro trimestre consecutivo. Todavia, observou a fonte, ao nível mensal, o indicador mostrou sinais de recuperação entre os meses de Agosto e Setembro, mas não em magnitude suficiente para inverter o seu sentido.
Se em Agosto obteve-se 76.6 pontos, o boletim mostra que, em Setembro, o indicador registou 78.1 pontos.
“Em termos sectoriais, a conjuntura desfavorável da economia no terceiro trimestre decorreu da apreciação negativa do indicador nos sectores de construção, de comércio e dos outros serviços não financeiros, suplantando assim os sectores de transportes, da produção industrial, bem como de alojamento, restauração e similares que registaram uma avaliação positiva no mesmo período em análise”, detalha o boletim.
Em termos de dificuldades, a autoridade estatística constatou que, em média, 61% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no trimestre em análise, o que representou uma manutenção de empresas com limitação de actividade face ao trimestre anterior.
O INE explica que o aumento das empresas, que enfrentam desafios, foi influenciado pela diminuição da frequência relativa de empresas com constrangimentos nos sectores de alojamento e restauração (80%), dos outros serviços não financeiros (50%) e da construção (44%), facto equilibrado pelo aumento da proporção de empresas com limitação de actividade nos restantes sectores inquiridos.
O “Indicadores de Confiança e de Clima Económico” é uma brochura sobre os resultados do inquérito de conjuntura realizado mensalmente pelo INE. Trata-se de uma compilação de opinião dos agentes económicos (gestores de empresas) acerca da evolução corrente da sua actividade e perspectivas a curto prazo, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. (Carta)