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sexta-feira, 13 março 2020 06:58

INP diz que 1039 empresas fornecem bens e serviços às multinacionais que exploram gás natural

No âmbito do desenvolvimento do Conteúdo Local (mão-de-obra, empresas) a que as multinacionais são obrigadas, o Instituto Nacional de Petróleo (INP), regulador do sector de petróleos, diz que 1.039 empresas fornecem bens e serviços às multinacionais que exploram gás natural no país.

 

Falando esta quinta-feira (12), em conferência de imprensa, realizada, em Maputo, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INP, Carlos Zacarias, apontou que do total, 734 empresas fornecem bens e serviços ao projecto Mozambique LNG (ou Golfinho Atum), liderado pela Total e que se instala na Área 1 da bacia do Rovuma.

 

Das 734 empresas, Zacarias demonstrou que 427 estão registadas no país e 307 são detidas por moçambicanos (firmas indígenas) e a maioria está localizada na província de Cabo Delgado.

 

De entre vários sectores de actividades, o PCA do INP destacou que a maior parte está virada à construção civil, transporte e logística, mecânica, informática, hotelaria e acomodação entre outros sectores.

 

Em termos de mão-de-obra, aquele gestor disse que o projecto emprega, neste momento, em que decorrem actividades de construção da indústria de liquefacção de gás natural, cuja primeira pedra foi lançada no ano passado, 6.565 moçambicanos, maioritariamente naturais da província de Cabo Delgado.

 

Dos 2.2 biliões de USD que o projecto reservou para a questão do conteúdo local, o PCA do INP disse terem sido já gastos cerca de um bilião de USD, dos quais perto de 500 milhões de USD com as empresas moçambicanas, no fornecimento de bens e serviços.

 

Relativamente ao projecto FLNG Coral Sul, liderado pela italiana Eni e avaliado em 7 biliões de USD, Zacarias disse que emprega actualmente 340 trabalhadores. Trata-se de um projecto para produzir e liquefazer gás natural, a partir do alto mar e estando, para o efeito, em construção a plataforma flutuante na Coreia do Sul, que depois será rebocada para Moçambique.

 

Durante a conferência, Zacarias foi omisso em relação ao valor que o Coral Sul deverá gastar no âmbito do Conteúdo Local.

 

Na bacia do Rovuma, instala-se também o projecto Rovuma LNG, detido maioritariamente pela ExxonMobil, Eni e a CNPC. Esse projecto prevê gastar com as empresas nacionais 3 biliões de USD. Todavia, em relação a esse projecto ainda não há dado de quanto as multinacionais já gastaram.

 

Aliás, conforme o PCA do INP deu a entender, os operadores ainda aguardam a Decisão Final de Investimento do projecto. Entretanto, a fonte disse que pelo menos 160 trabalhadores moçambicanos estão afectos ao projecto.

 

Durante a conferência, Zacarias referiu-se também aos investimentos que nos últimos 10 anos estão a ser aplicados pela petroquímica sul-africana, SASOL que opera os blocos de Pande e Temane na província de Inhambane, desde 2004.

 

Durante o referido período, aquele gestor informou que a SASOL já contribuiu para a economia nacional em 500 milhões de USD. “Esse valor inclui investimento na força de trabalho, bens e serviços e treinamento”, disse Zacarias.

 

Das 1039 empresas, o gestor máximo do INP disse que 305 empresas fazem, neste momento, negócios com a SASOL. (Evaristo Chilingue)

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