Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 22 novembro 2019 06:34

E-Swatine agravou taxa de circulação transfronteiriça por retaliação

Terminal Rodoviário da Cidade de Maputo para Transportadores que operam entre a Capital do país e E-swatine.

A 01 de Novembro corrente, o Reino do E-swatine agravou a taxa transfronteiriça de circulação rodoviária de transporte de carga e passageiros, de 5.5 USD (80 Rands) para 100 USD (cerca de 1500 Rands).

 

Em conversa, ontem (21), com “Carta”, o Presidente da Associação Moçambique, África do Sul e Associados (MOSATA), Ambrósio Lopes, explicou que o E-Swatine fixou aquele valor por retaliação à taxa igual de 100 USD imposta pelo Estado moçambicano.

 

Lopes explicou, no entanto, que o país cobra 100 USD apenas aos transportes pesados de carga (camiões), isentando o pagamento de qualquer taxa aos transportes de passageiros e ligeiros privados. “Mas, eles cobram a todos, o que prejudica muito a nós transportadores de passageiros”, queixou-se Lopes que também é operador no sector.

 

Face à medida proibitiva, continuou a fonte, a MOSATA reuniu-se, há dias, com a sua congénere de E-Swatine, a INTERSTAT para resolver o problema, após contactar, sem sucesso, o Ministério dos Transportes e Comunicações e dos Negócios Estrangeiros nacionais.

 

Para além do acordo que estabelece o transbordo recíproco de passageiros entre as associações na fronteira de Goba, Lopes disse que, na reunião, a INTERSTAT entendeu reduzir a taxa, de 100 USD para 20.4 USD (equivalente a 300 Rands).

 

No entanto, os transportadores moçambicanos consideram que a actual taxa ainda é proibitiva e, como consequência, continuam a somar prejuízos. Segundo o Presidente da Associação de Taxes Tuva (ATT), Leonardo Timba, que é também transportador, um operador transporta em média oito passageiros para E-Swatine, por 100 Rands (equivalente a 6.8 USD). Nos 800 Rands (45,4 USD), continuou Timba, o operador é obrigado a subtrair 300 Rands, por cada passagem pela fronteira, restando 500 Rands (34.3 USD).

 

“Nesse valor, quando se subtraem os custos de combustível e motorista, nada fica. Por isso, para nós seria justo aumentar de 80 Rands para 100 Rands”, disse o operador.

 

A taxa imposta pelo vizinho E-Swatine prejudica dezenas de operadores, bem como constitui um transtorno a centenas de passageiros, principalmente àqueles que viajam com muita carga, ao sair dum carro para outro, no acto de transbordo na fronteira.

 

Conforme apurámos, aqueles transportadores trabalham agrupados em associações. Para além da MOSATA composta por 18 membros, que operam a partir do Terminal da Baixa da Cidade, a ATT com 16 integrantes, que transportam a partir do Terminal da Junta, Timba disse que há mais seis associações, cujo número de membros não consegue estimar.

 

Face aos prejuízos que somam, há mais de 20 dias, o Presidente da MOSATA disse ainda ontem que os operadores continuam a reivindicar junto da congénere de E-Swatine para influenciar as autoridades daquele país a reduzir ainda mais a taxa para, no máximo, 100 Rands. Em consequência das revindicações, Lopes avançou que hoje (22 de Novembro), a sua congénere poderia pronunciar-se.

 

“Caso não, o senhor sabe, onde lutam dois elefantes, o capim sofre”, avançou aquele gestor dos transportadores. Para fazer face aos custos de operação, os operadores afiançam aumentar o preço do transporte por passageiro, para 120 Rands, valor equivalente a 8.16 USD.

 

Refira-se que esse problema deve-se à falta de colaboração do Governo nacional para resolver, diplomaticamente, o problema. (Carta)

Sir Motors

Ler 4672 vezes