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sexta-feira, 01 novembro 2024 08:17

Eleições 2024: Camiões zambianos retidos em Moçambique devido à tensão político-eleitoral

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A petrolífera PUMA Energy Zâmbia mandou parquear todos os seus camiões em lugares seguros em Moçambique, na sequência da greve convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido PODEMOS.

 

A greve, iniciada ontem, e que se prolonga até dia sete de Novembro, enquadra-se na terceira fase das manifestações gerais que visam contestar a mega-fraude das últimas eleições gerais de 09 de Outubro último, bem como o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, ambos ligados ao partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). No total, serão quatro fases e 25 dias de manifestações.

 

Na quarta-feira (30), a petrolífera zambiana aconselhou a todos os transportadores que passam por Moçambique a parquear os seus carros até novo aviso, devido a possíveis distúrbios. “Por favor, instruam os vossos motoristas a movimentarem-se com cuidado e a estarem em parques seguros. Todos os camiões em Moçambique devem ser parqueados até novo aviso”, diz a carta.

 

O presidente da Associação de Empresas de Marketing de Petróleo da Zâmbia (OMCAZ na sigla em inglês), Kafula Mubanga, avisou que o país poderá passar por alguns períodos de falta de combustível nos próximos dias devido à onda de protestos contra a fraude eleitoral em Moçambique.

 

Mubanga disse que este desenvolvimento irá interromper as linhas de abastecimento de combustível para vários operadores, colocando pressão sobre o crítico sector energético da Zâmbia que já mexeu nas suas reservas estratégicas.

 

Ele destacou que os desafios actuais em Moçambique e no Zimbabwe devem servir como um lembrete de que a salvação da Zâmbia depende do investimento em oleodutos tanto de Moçambique como de Angola para garantir o abastecimento de combustível.

 

Mubanga acredita que é necessária uma abordagem proactiva, desprovida de retórica política para estabilizar o fornecimento de combustível, daí que admita que os protestos em Moçambique irão piorar a escassez de combustível em várias partes da Zâmbia.

 

Por outro lado, o porta-voz da Companhia Nacional de Petróleo do Malawi (NOCMA, na sigla em inglês), Raymond Likambale, disse na quarta-feira (30) que ainda não estava em condições para afirmar se as manifestações de uma semana em Moçambique (iniciadas ontem), contra os resultados eleitorais fraudulentos, poderiam afectar ou não o frágil abastecimento de combustível para o seu país.

 

Acrescentou que o Ministério das Relações Exteriores do Malawi estaria em melhores condições de esclarecer se a questão afectaria ou não o abastecimento de combustível. “Não sabemos os detalhes da greve e, portanto, é difícil afirmar agora se terá impacto ou não no fornecimento de combustível. Dado que isso está a acontecer em Moçambique, o Ministério das Relações Exteriores será capaz de nos orientar adequadamente”, disse Likambale.

 

Por seu turno, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Charles Mkhalamba, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Malawi depende da infra-estrutura rodoviária e ferroviária de Moçambique para o escoamento de combustível e de grande parte das suas mercadorias, principalmente dos portos da Beira e Nacala, no Oceano Índico, e qualquer perturbação pode prejudicar o sistema de abastecimento ao país vizinho.

 

A tensão político-eleitoral em Moçambique ocorre numa altura em que Malawi anunciou um sistema de racionamento de combustível para garantir o seu acesso equitativo em todo o país. A medida foi tomada na sequência da falta de divisas para cobrir as necessidades do país em termos de importação de combustível.

 

Numa declaração assinada pelo Presidente do Conselho da Administração da Autoridade Reguladora de Energia do Malawi (MERA), Henry Kachaje, a entidade informa que cada consumidor terá direito a um limite de combustível que poderá comprar.

 

“A MERA vai direccionar as entregas para postos de abastecimento específicos. Também fica proibida a compra de combustível em galões. Pedimos a todos para evitar o açambarcamento de combustível para posterior venda no mercado paralelo”, diz a declaração.

 

Alguns vendedores estão a aproveitar a escassez de combustível para vender o produto a preços exorbitantes no mercado negro. Por exemplo, um galão de cinco litros é vendido por cerca de 35 mil kwachas, cerca de 1200 meticais, por comerciantes ilegais. (Carta/Phoenix News/The Daily Times)

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