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terça-feira, 29 outubro 2024 09:48

Eleições 2024: Anúncio de novas manifestações gera corrida desenfreada aos mercados

 

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A instabilidade política que o país vive, desde a realização das eleições presidenciais, legislativas e provinciais de 09 de Outubro, – e que já levou milhares de pessoas às ruas em protesto, por um lado, aos resultados oficiais e, por outro, ao assassinato bárbaro do advogado Elvino Dias e do mandatário do PODEMOS, Paulo Guambe – está a ter repercussões sociais nos maiores centros urbanos do país.

 

Esta segunda-feira, os municípios de Maputo e Matola registaram um movimento considerado “anormal” de pessoas e viaturas, em busca de mantimentos para os próximos dias, classificados como “duros e muito difíceis” pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, responsável pela realização das manifestações de rua em curso no país.

 

Milhares de cidadãos, de diferentes extratos sociais, inundaram mercados, supermercados e diversos estabelecimentos comerciais em busca de produtos de primeira necessidade, com destaque para os alimentares e de higiene pessoal e de limpeza.

 

“Carta” esteve ontem em dois supermercados e testemunhou a presença massiva de pessoas, logo pela manhã, em busca de alimentos. “Não sabemos o que vai acontecer a partir de amanhã”, disse uma cidadã, que empurrava uma carinha de compras com quase tudo o que necessita para manter a sua família.

 

Em causa estão as manifestações de rua convocadas há dias pelo candidato Venâncio Mondlane e que, esta semana, deverão entrar na sua terceira fase, das quatro programadas. Hoje estava previsto o início da referida fase, mas “graves e profundos problemas técnicos na página” de Venâncio Mondlane, no Facebook, fizeram com que o político não anunciasse as medidas a serem implementadas.

 

Lembre-se que Venâncio Mondlane, que se encontra em parte incerta desde o primeiro dia das manifestações, tem recorrido às redes sociais para mobilizar os seus seguidores, cujos protestos já geraram violência, mortes, vandalização e saqueamento de estabelecimentos comerciais.

 

A corrida desenfreada aos mercados, testemunhada esta segunda-feira, registava-se também nos pequenos comerciantes estrangeiros, instalados no interior dos bairros suburbanos de Maputo e Matola. Nos supermercados, os utentes chegavam a levar, em média, 45 minutos nas filas para efectuar o pagamento pelos produtos adquiridos.

 

Relatos colhidos pela nossa reportagem indicam que as enchentes verificavam-se também nos concorridos mercados grossista do Zimpeto e retalhistas da Malanga, Xipamanine, Fajardo, Benfica, Xiquelene e Mahlampsene. Em todos locais, os utentes diziam recear o encerramento, a partir de hoje, do comércio, tal como se verificou na semana finda.

 

Para além da corrida aos mercados, houve igualmente registo de congestionamento em quase todo dia e todas estradas. Por exemplo, na Estrada Nacional Nº 1 (troço entre a rotunda de São Roque e Zimpeto), o congestionamento, agudizado pelas chuvas de domingo e segunda-feira, o trânsito estava caótico, com os condutores a necessitarem de pelo menos duas horas para percorrer uma distância inferior a 02 Km. (A.M.)

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