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terça-feira, 23 julho 2024 09:08

Fundo Verde para o Clima dá 26 ME para projeto de adaptação climática em Moçambique

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O Fundo Verde para o Clima (GCF) vai financiar com 26 milhões de euros um projeto de proteção social e adaptação climática para abranger quase um milhão de moçambicanos, o primeiro aprovado por aquela organização para Moçambique.

 

De acordo com informação daquela organização global, constituída para responder às mudanças climáticas, investindo em desenvolvimento de baixo carbono e resiliência climática, o projeto "Construir resiliência climática ligando a adaptação climática e a proteção social através do planeamento descentralizado em Moçambique" será implementado pela Save the Children Austrália.

 

"Oferece múltiplos benefícios para as populações rurais, incluindo melhoria da segurança alimentar e nutricional, criação de emprego local e empoderamento de mulheres e jovens", lê-se na descrição do projeto, consultada hoje pela Lusa.

 

Trata-se de um dos 17 projetos, em 35 países, que totalizam investimentos de mil milhões de dólares (918 milhões de euros), aprovados na 39.ª reunião do conselho do CGF, realizada em 18 de julho.

 

"A decisão expande o portfólio do GCF para 270 projetos, num total esperado de 58,7 mil milhões de dólares [53,9 mil milhões de euros], incluindo 14,9 mil milhões de dólares [13,6 mil milhões de euros] em financiamento comprometido do GCF", explica a organização.

 

Acrescenta que o fundo "intensificou o seu foco na adaptação climática, especialmente em regiões vulneráveis", incluindo iniciativas em países menos desenvolvidos, Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e nações africanas.

 

"O GCF aprovou o seu primeiro projeto de proteção social em Moçambique e um projeto que aumenta a resiliência às condições meteorológicas extremas e à insegurança alimentar no Corno de África", acrescenta a informação.

 

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

 

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

 

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.

 

O projeto para Moçambique, financiado em 28,3 milhões de dólares (26 milhões de euros) pelo GCF, prevê apoiar mais de 947.700 moçambicanos, em áreas como saúde, alimentação e acesso a água potável, nas comunidades.

 

"Moçambique é altamente vulnerável às alterações climáticas devido à sua dependência de uma agricultura sensível ao clima e à ocorrência frequente de eventos climáticos extremos. O país enfrenta desafios significativos, como o aumento das temperaturas, alterações nos padrões de precipitação, secas prolongadas e ciclones e inundações mais intensos e frequentes", refere a informação sobre o projeto.

 

Estes impactos climáticos "afetam gravemente a segurança alimentar, os recursos hídricos e os meios de subsistência, especialmente para a população rural", acrescenta. Daí que o projeto "integre a proteção social com a adaptação climática", utilizando o Programa de Ação Social Produtiva de Moçambique "para direcionar e prestar apoio às comunidades".

 

As principais atividades, descreve igualmente, vão centrar-se "no fortalecimento da capacidade institucional e comunitária para a resiliência climática, na implementação de ações de adaptação lideradas localmente e na integração da adaptação às alterações climáticas no planeamento e orçamentação do desenvolvimento distrital".

 

Os resultados esperados, acrescenta, incluem "um maior conhecimento e sensibilização entre as partes interessadas locais, planos de adaptação locais atualizados, respostas integradas resilientes às alterações climáticas em programas de proteção social e um melhor diálogo, coordenação e monitorização das ações de adaptação."(Lusa)

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