As tarifas são ajustadas anualmente de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) obtido da Autoridade Estatística da África do Sul. O aumento em vigor desde sexta-feira (01) é inferior ao reajuste de 6,58% do ano passado, disse Vusi Mona, gerente geral de comunicações e marketing da Agência Nacional de Estradas da África do Sul (Sanral).
Segundo Mona, as receitas de portagens são necessárias para manter, operar e melhorar as estradas com portagens e para pagar a dívida contraída. “Os fundos contribuem muito para garantir que a Sanral cumpra o seu mandato de fornecer infra-estruturas rodoviárias de qualidade que acrescentem valor à vida dos cidadãos sul-africanos.”
Avançou ainda que as principais infra-estruturas económicas, como a rede rodoviária nacional, são uma condição prévia para o fornecimento de serviços básicos como electricidade, água, saneamento, telecomunicações e transportes públicos e, portanto, precisam de ser robustas e extensas o suficiente para satisfazer as necessidades industriais, comerciais e domésticas.
A Agência Nacional de Estradas da África do Sul irá, nos próximos seis meses, lançar concursos no valor de cerca de 28 mil milhões de rands, destinados a estimular o crescimento económico em todas as províncias.
“Sanral tem empatia com o público sul-africano, considerando o estado da economia. No entanto, é igualmente importante introduzir ajustes para garantir que a agência continue a fornecer estradas seguras e de qualidade para o benefício de todos os utentes das estradas”, disse Mona.
Na sequência dos aumentos que entraram em vigor em 1 de Março, os motoristas da classe 1 que viajam entre Joanesburgo e a Cidade do Cabo pagam R230 nas quatro portagens ao longo da rota, em comparação com os actuais R219,50. A classe 1 abrange todos os veículos ligeiros, incluindo carros, motocicletas e carros com reboque.
As taxas nas cinco portagens na rota N17 de Springs a Ermelo via Krugersdorp aumentaram de R133,50 para R141,50.
Ao longo da rota Johanesburgo-Durban N3, Marian Hill é a única portagem administrada pela Sanral, com a taxa aumentando de R14,50 para R15,50. As outras quatro portagens na N3 são geridas pela Toll Concession, que ainda não anunciou os aumentos das tarifas para 2024. As operadoras das portagens de Bakwena e TRAC também não divulgaram as suas novas taxas.
Transportadores dizem que as novas taxas vão ter impacto na cadeia logística
Gavin Kelly, Chief Executive Office (CEO) da Road Freight Association, disse que os aumentos anuais das taxas de portagens estavam próximos do IPC ou da inflação. “Seja qual for o raciocínio, o preço do transporte vai aumentar, como acontece com todos os aumentos introduzidos na cadeia logística. Haverá um efeito semelhante sobre o consumidor quando o efeito cascata através da cadeia de abastecimento atingir os pontos de venda.
“Infelizmente, queiramos ou não, haverá aumentos no transporte de mercadorias e de passageiros”, disse.
Kelly acrescentou que, com a possibilidade de previsão de ainda mais aumentos nos preços dos combustíveis, outro ciclo de aumentos constantes atingirá o consumidor. Ele disse que há relatos de que sobra muito pouco ao consumidor para acomodar aumentos de qualquer natureza.
“O prognóstico a médio prazo não é uma boa notícia, uma vez que os transportes são um factor crítico nos gastos dos consumidores – em termos de alimentação, abrigo, electricidade, educação, transporte e muitas outras necessidades básicas de vida. “O transporte mais caro irá afectar o comportamento de consumo dos consumidores e haverá muito menos fundos disponíveis para cobrir até mesmo as coisas necessárias”, disse Kelly. (Carta)