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sexta-feira, 12 abril 2019 07:57

Altos custos no fabrico do pão sufocam panificadores na Beira

Por causa dos estragos causados pelo ciclone IDAI no Centro do país, particularmente na capital de Sofala, Beira, os panificadores desta cidade não têm tido mãos a medir para garantir o fornecimento de pão às famílias, tendo em conta que toda a cadeia de produção daquele alimento básico ficou afectada.

 

Neste momento, os panificadores da Beira queixam-se dos elevados custos no fabrico do pão para satisfazer os consumidores daquela segunda maior cidade moçambicana. Como resultado dos danos provocados pelo IDAI, actualmente na Beira e no distrito de Dondo só funcionam 10 das 32 panificadoras lá existentes, cujos proprietários são membros da Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPAO), delegação de Sofala.

 

De acordo com Mohammad Wassim, delegado provincial da AMOPAO em Sofala, os elevados custos que o fabrico do pão implica devem-se ao facto de a maioria dos panificadores ainda não dispor de energia eléctrica, sobretudo na Beira. Wassim disse que na falta de electricidade os panificadores têm como alternativa os geradores, que para poderem funcionar precisam de combustível, ou recorrem à lenha, cuja preparação implica custos relacionados com o aluguer de motosserras. “Mas os que têm energia eléctrica queixam-se de esta ser muito cara, desde que houve um aumento da tarifa a partir do dia 01 de Março último”, afirmou Mohammad Wassim.

 

A farinha de trigo, principal matéria-prima no fabrico do pão, também passou a ser mais cara depois do IDAI. Segundo o delegado da AMOPAO na província de Sofala, antes do dia 14 de Março um saco de trigo custava 1.450,00 Mts, mas agora custa 1.680 Mts. Para este aumento, os fornecedores da farinha de trigo apresentam como justificação os elevados custos no transporte do produto, uma vez que as moageiras na Beira deixaram de funcionar por terem ficado danificadas pelo ciclone.

 

Mohammad Wassim acrescentou que “para além desses factores, na cadeia de produção do pão houve outros produtos cujos preços também subiram”. Citou como exemplos os fermentos, vitaminas e saco plástico, afirmando, no caso deste último, que “apesar de existir no mercado nacional é importado”. Face aos custos no fabrico do pão, que resultam em prejuízos no negócio dos panificadores, Wassim defende ser legítimo um reajuste do preço daquele alimento básico. Adiantou que o aumento no preço do pão é uma proposta que vem sendo apresentada pelos panificadores desde há sensivelmente dois anos, e que agora tornou-se uma “necessidade” devido aos efeitos do ciclone IDAI. (Evaristo Chilingue

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