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segunda-feira, 01 abril 2019 05:41

ENH receberá aval do Estado para emissão de euro-obrigações

O governo de Moçambique irá conceder o aval do Estado à emissão de euro-obrigações da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) a fim de garantir a sua participação nos projectos de gás natural, escreveu a Economist Intelligence Unit (EIU). Os analistas da EIU escreveram ainda que a continuada crise das chamadas “dívidas ocultas” não irá impedir a concessão de novo aval do Estado, desta feita para garantir a participação daquela empresa pública nos projectos da bacia do Rovuma.

 

Os avais do Estado concedidos pelo anterior governo do Presidente Armando Emílio Guebuza a dois empréstimos por parte de duas empresas públicas – Mozambique Assett Management e ProIndicus – foram emitidos à margem da legislação moçambicana.

A ENH tem uma participação de 15% no bloco Área 1, liderado pelo grupo Anadarko Petroleum, sendo que a sua participação no financiamento do projecto está estimada em 2000 milhões de dólares, que a empresa pretende angariar nos mercados internacionais.

 

A EIU escreve no seu mais recente relatório sobre Moçambique que o projecto é seguro em termos financeiros, apoiado por empresas petrolíferas credíveis, é transparente e foi aprovado pelo parlamento moçambicano.

 

A evolução económica de Moçambique está dependente do início da exploração das reservas de gás natural naquela zona do norte do país, prevendo a EIU que a economia irá “continuar a arrastar-se” em 2019 com uma taxa de crescimento de 3,7%, antes de começar a acelerar a partir de 2020, com 4,9%, até atingir 7,5% em 2023, ano em que está previsto o início das operações.

 

As exportações terão tendência a registar uma quebra ligeira em 2019, uma vez que os preços internacionais dos dois grandes produtos que constituem a maior parte das exportações de Moçambique, alumínio e carvão, deverão reduzir-se. A execução dos orçamentos de Estado deverá apresentar défices ao longo de todo o período em análise, 2019/2023, com um máximo de -9,0% do Produto Interno Bruto este ano e um mínimo de -3,7% em 2023.

 

A taxa de inflação, por seu turno, terá tendência a agravar-se ligeiramente, com valores máximo e mínimo de 3,9% em 2020 e máximo de 5,7% em 2022 e 2023, devido, segundo a EIU, à depreciação da moeda face às principais divisas. (Carta)

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