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quinta-feira, 21 março 2019 09:57

Navigator rejeita existência de dívidas da Portucel Moçambique e admite avançar para tribunal

Após as acusações de um consórcio que se diz credor da Portucel Moçambique, a Navigator nega que aquela empresa de capitais portugueses tenha dívidas para com empresas de capitais sul-africanos, zimbabueanos ou outras e admitiu recorrer a tribunal para defender o seu bom nome.

 

Numa reação a notícia publicada, esta semana pela Agência Lusa, também difundida pela “Carta”, dando conta da intenção de um consórcio de empresas em avançar com um processo-crime em Portugal contra o grupo The Navigator Company, detentor da sociedade florestal, por prejuízos de mais de 50 milhões de dólares naquele país, a Portucel Moçambique garantiu não ter “quaisquer dívidas para com estas empresas de capitais sul-africanos e zimbabueanos, nem para quaisquer outras entidades”.

Lembre-se que, à agência Lusa, o empresário Izak Holtzhausen, presidente da empresa que detinha 80% dos serviços de florestação da Portucel Moçambique, na província da Zambézia, a SMOPS (Sociedade Moçambicana de Consultoria e Prestação de Serviços), acusou o grupo The Navigator de incumprimento de contratos, pagamentos em atraso e danos causados durante a prestação de serviços de silvicultura à Portucel Moçambique.

 

Por sua vez, o grupo Navigator rejeita tais acusações, afirmando não reconhecer “nenhumas” dívidas e que “todas as faturas emitidas” pelas empresas que se dizem credoras da Portucel Moçambique “foram em devido tempo pagas, não havendo uma única fatura em dívida”.

 

“A Portucel Moçambique e a The Navigator Company não deixarão também de recorrer a todos os mecanismos judiciais ao seu dispor para fazer valer a sua razão e o seu bom nome contra quaisquer acusações caluniosas que tenham sido ou venham a ser feitas”, disse o Grupo, admitindo também recorrer ao Tribunal.

 

Segundo a empresa, “a atuação da Portucel Moçambique tem-se pautado sempre pelos valores do rigor, da transparência e do trabalho, em cooperação com todos parceiros, tendo a mesma sempre cumprido com todas as suas obrigações sem excepção e respeitado, integralmente, toda a legislação em vigor nos países onde opera”.

 

Segundo o grupo, o projeto inicialmente apresentado ao governo de Moçambique, em 2009, previa investir 200 milhões de USD na plantação de 120 mil hectares de floresta e 2,1 mil milhões de euros numa fábrica de pasta “que não se previa estar operacional em 2019”, tendo sido até agora investidos 100 milhões de euros na florestação de 13 mil hectares e criação de um viveiro para produzir 12 milhões de plantas por ano.

 

“Em face da constatação da falta de soluções logísticas para o projeto, em julho de 2018, acordou-se com o governo a revisão do projeto para, numa primeira fase, investir numa fábrica de estilha de 140 milhões de euros que necessitará de cerca de 40 mil hectares de floresta”, afirma o grupo Navigator, especificando que só vai seguir com o projeto inicial de construção de uma fábrica de pasta se aquele investimento avançar. (Lusa)

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