O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu ontem manter a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 17,25%, tal como havia feito em janeiro.
“Esta decisão é sustentada pela manutenção das perspetivas de uma inflação de um dígito, no médio prazo, não obstante a materialização e agravamento de alguns riscos”, referiu o CPMO em comunicado.
Entre os riscos, destaca-se “a ocorrência de desastres naturais e o aumento da pressão sobre a despesa pública”.
A inflação acelerou de 9,78% para 10,3% em fevereiro, “a refletir, sobretudo, o incremento dos preços dos bens alimentares” devido às cheias e ao "aumento dos preços dos bens e serviços administrados”.
Mas o CPMO realçou que “a inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens administrados, manteve-se estável”.
O banco central acredita que as medidas que tem tomado, a estabilidade cambial e a tendência de redução dos preços das mercadorias no mercado internacional vão servir para a médio prazo voltar a ter “inflação a um dígito”, ou seja, abaixo de 10%.
As intempéries do primeiro trimestre de 2023 fazem com que o banco central preveja “um crescimento económico mais moderado”.
“Excluindo os projetos energéticos [de extração de gás] em curso na Bacia do Rovuma, prevê-se um crescimento do produto interno bruto ainda mais lento, devido, essencialmente, ao impacto dos recentes choques climáticos sobre a produção agrícola e diversas infraestruturas”, concluiu.
A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para 31 de maio.(Lusa)