O Ministério do Interior do E-swatini diz estar pronto para gerir a situação na fronteira local, numa altura em que os transportadores moçambicanos optaram pela rota do Reino para chegarem a KwaZulu-Natal, na África do Sul, na sequência das tensões em curso.
Recentemente, os transportadores moçambicanos na rota Maputo-Durban alegaram que estão a utilizar uma rota alternativa muito mais dispendiosa para chegar ao seu destino na sequência dos ataques às suas viaturas na África do Sul. Os transportadores optaram por usar E-swatini como rota alternativa para chegar a Durban. No entanto, eles argumentaram que esta não é uma rota eficiente, pois é muito mais cara.
As tensões agravaram-se de tal forma que operadores de transportes moçambicanos bloquearam semana finda o posto fronteiriço da Ponta de Ouro entre Moçambique e a província sul-africana de Kwazulu-Natal.
O bloqueio foi uma retaliação à queima de veículos com matrículas moçambicanas por máfias sul-africanas. Com os transportadores moçambicanos a optarem agora pela rota do E-swatini, o Daily News contactou o Ministério do Interior para averiguar se a fronteira de Mhlumeni, que agora está movimentada, está pronta para aguentar a pressão. O oficial de comunicações do ministério, Mlandvo Dlamini, disse que o governo está a monitorar a situação, pois tem acordos bilaterais com os dois países.
“Enquanto monitoramos a situação, estamos mais do que prontos para lidar com toda a pressão caso haja um fluxo de veículos de transporte na fronteira que os moçambicanos agora usam. No passado, tivemos que aumentar o pessoal, como por exemplo, durante a época festiva na Fronteira de Ngwenya. Então isso não será uma coisa nova”, referiu.
Há dias foi reportado que, apesar das conversações entre os governos moçambicano e sul-africano, a situação agravou-se quando mais dois veículos com matrícula moçambicana, um deles um autocarro de passageiros, que circulava na rota Maputo-Durban, foram incendiados em KwaZulu-Natal.
Isso elevou para nove o número de veículos atacados e incendiados. Os últimos ataques ocorreram apesar das garantias da ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, de que o governo estava a trabalhar com a contraparte sul-africana para investigar o caso dos veículos incendiados.
Recentemente, a ministra do Interior, Arsénia Massingue, e o seu homólogo sul-africano, Bheki Cele, mantiveram um encontro destinado a discutir os crimes transfronteiriços, bem como a vaga de ataques perpetrados contra viaturas moçambicanas. A maioria dos operadores moçambicanos suspendeu as viagens na rota Maputo-Durban após os primeiros ataques de grupos criminosos sul-africanos. (Carta)