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terça-feira, 17 janeiro 2023 06:45

Ramaphosa cancela viagem a Davos devido à crise de energia

capetown eletricidade min

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, cancelou a sua participação no Fórum Económico Mundial de Davos, que começou esta segunda-feira (16), na cidade suíça, devido à crise energética que o país enfrenta.

 

"Devido à actual crise energética, o Presidente Cyril Ramaphosa cancelou a sua visita de trabalho ao Fórum Económico Mundial em Davos", informou o porta-voz do Chefe de Estado da África do Sul, Vincent Magwenya, no Twitter, citado pela Lusa.

 

O comunicado refere igualmente que Ramaphosa "mantém um encontro com os líderes dos partidos políticos representados no Parlamento, a Comissão Nacional para a Crise Energética (NECCOM) e o conselho de administração da Eskom", a endividada empresa pública de electricidade".

 

Na última quarta-feira, a Eskom anunciou ter efectuado cortes de energia que vão ser executados continuamente por tempo indeterminado, na África do Sul, a primeira vez na história desde 1994.

 

A recente aprovação do Regulador Nacional de Energia da África do Sul (Nersa), o regulador de energia, para aumentar a tarifa para 18,65% para 2023 e um aumento de 12,74% para 2024 provocou uma revolta social com a ameaça de uma paralisação nacional.

 

Através das várias plataformas de mídia social, membros do público, organizações da sociedade civil e partidos políticos ameaçam com uma paralisação nacional, planeando marchar para a Presidência da República ou para os escritórios do Megawatt Park da Eskom em Joanesburgo. No entanto, ainda não há data e local para a paralisação.

 

Um movimento sob a bandeira do Movimento Popular para a Mudança (PMC) diz que se juntará a outras organizações da sociedade civil para protestar contra os cortes de energia para pressionar a Eskom e o governo. O Movimento Africano de Transformação (ATM) também é um dos partidos políticos que endossou a marcha e pediu ao governo que pare de administrar mal a Eskom e acabe com os apagões.

 

“Em Agosto de 2022, Ramaphosa estabeleceu o Comitê Nacional de Crise de Energia para investigar o corte de carga, depois de muitas promessas do seu governo desde 2018. Nada foi feito. O tempo já se foi! Vamos tomar uma posição! diz o ATM.

 

O aumento da tarifa ocorre no meio de apagões contínuos do Estágio 6, chegando os sul-africanos a ficar sem energia durante metade de cada dia - 12 horas diárias.

 

Em resposta aos aumentos tarifários da Eskom e aos contínuos apagões, o partido oficial da oposição, a Aliança Democrática (DA), lançou uma petição defendendo electricidade mais barata e confiável, moção assinada por 70.790 apoiantes.

 

Num tweet datado de 13 de Janeiro de 2023, o líder da Aliança Democrática, John Steenhuisen, convocou todos os sul-africanos a se juntarem ao partido na sua acção de massas contra os recentes aumentos nas tarifas de electricidade.

 

“Africa do Sul é hora de irmos para as ruas! Não podemos sentar e aceitar aumentos hiperinflacionários”, diz o tweet.

 

Enquanto isso, Julius Malema, dos Combatentes da Liberdade Económica (EFF), disse que o ANC precisava de ser removido do poder e que era hora de agir. O presidente do partido político Action SA, Herman Mashaba, concorda com a EFF que o ANC deve ser removido do poder para acabar com os apagões contínuos.

 

“A única maneira de acabar com esta crise é acabar com o domínio do ANC sobre a África do Sul. O governo do ANC não tem planos para acabar com a crise de energia”, disse Mashaba. (Carta)

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