A nova tarifa para o transporte de passageiros na Área Metropolitana do Grande Maputo, aprovada em Julho de 2022, poderá entrar em vigor a qualquer momento. A garantia foi dada ontem pela FEMATRO (Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários), em entrevista à STV.
De acordo com a agremiação, em causa está o silêncio do Governo em torno do pagamento das compensações aos transportadores semi-colectivos das cidades de Maputo e Matola e das vilas de Boane e Marracuene. A FEMATRO revela que o Governo apenas pagou dois, dos seis meses de compensação prometidos aos transportadores como forma de congelar a implementação da nova tabela.
“O Ministro [dos Transportes e Comunicações] prometeu que ia pagar até Dezembro, mas até hoje não há pagamento”, revelou Jorge Manhiça, da FEMATRO, assegurando ter submetido, na primeira semana deste mês, uma carta ao Vice-Ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, exigindo esclarecimento em relação à situação.
Caso o Governo não responda à carta dentro de 15 dias ou não satisfaça as inquietações dos transportadores, a organização garante que irá a aplicar a nova tabela, que agrava em 7,00 Meticais a tarifa de transporte na Área Metropolitana do Grande Maputo.
Manhiça explica que a ausência do pagamento de compensações tem estado a influenciar a oferta de transporte nas cidades de Maputo e Matola e nas vilas de Marracuene e Boane, visto que os operadores não têm dinheiro para abastecer combustível nos seus veículos.
Lembre-se que, em Dezembro passado, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, garantiu que aquele mês era o último em que o Governo procedia ao pagamento de compensações aos transportadores.
“Dezembro é o último mês em que a compensação aos transportadores vai ser paga. Depois, vamos analisar, em conjunto com o Governo, a situação actual. Ou seja, se os combustíveis continuam altos ou se a situação mudou. Com base nessa análise, decidiremos como continuar a desempenhar o nosso papel dentro do contrato social que temos com a sociedade”, defendeu.
No entanto, os preços dos combustíveis não alteraram, prevendo-se o agravamento do custo de vida dos moçambicanos, com o aumento da tarifa do transporte. Aliás, o Governo também não irá implementar o famoso “subsídio” aos passageiros, uma promessa igualmente feita por Mateus Magala. (Carta)