A Tongaat Hulett South Africa anunciou há dias que o seu Conselho de Administração iniciou procedimentos voluntários de resgate empresarial (no contexto da crise financeira que atravessa) para duas operações na África do Sul, nomeadamente a Tongaat Hulett Limited e Tongaat Hulett Development Proprietary Limited. O processo de resgate empresarial proporciona a uma empresa em dificuldades financeiras uma moratória durante a qual os direitos dos reclamantes contra a empresa são suspensos.
Entretanto, uma nota de imprensa enviada à “Carta” garante que as operações internacionais da Tongaat Hulett em Moçambique, assim como no Botswana e Zimbabwe, não entram no processo de resgate empresarial, continuando a operar normalmente, pois, são financiadas independentemente das operações sul-africanas.
“A acção no negócio sul-africano resulta do facto de continuar incapaz de liquidar a sua dívida residual, maior parte da qual (cerca de 87%) é suportada pelos fluxos de caixa das operações do negócio de açúcar sul-africano, imobiliário e das taxas de apoio operacional recebidas das operações de açúcar não sul-africanas. Esta situação ocorre apesar dos bons progressos na estratégia de recuperação e nas iniciativas de redução da dívida ao longo dos últimos anos”, detalha o documento.
Para a materialização do resgate, a nossa fonte explica que o Conselho de Administração da Tongaat Hulett South Africa remeteu uma declaração juramentada, informando as razões para entrar no processo de resgate empresarial (Business Rescue) à Comissão de Empresas e Propriedade Intelectual (Companies and Intellectual Property Commission - CIPC), e as empresas reclamantes aguardam a confirmação apresentada à CIPC.
Refira-se que, em Junho passado, a Tongaat Hulett South Africa detinha uma dívida acumulada de 6,8 biliões de Rands. Para liquidar metade dessa dívida, admitia vender os activos da empresa em Moçambique. A Lusitania Investment Capital sediada nos Estados Unidos da América tinha proposto a oferecer até 3,5 biliões de Rands (o equivalente a 220 milhões USD) para a transacção de acções integrais das operações de açúcar do grupo em Moçambique. Este montante incluía as participações totais da Tongaat Hulett nas operações agrícolas e industriais em Xinavane e Mafambisse. Contudo, o negócio não mais teve pernas para andar. (Carta)