O ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Max Tonela, defendeu ontem em Washington uma “transição energética justa” para países pobres e expostos às mudanças climáticas, através de investimentos combinados nos seus combustíveis fósseis e nas renováveis.
“Precisamos de uma transição energética justa, que vai permitir a países como Moçambique explorarem os recursos energéticos que detêm para assegurar o acesso universal à energia”, disse Tonela, citado num comunicado divulgado pelo Governo moçambicano.
Aquele governante falava na capital norte-americana, num painel da Coligação dos Ministros das Finanças para a Ação Climática, no âmbito das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
Assinalando que Moçambique vive o paradoxo de ser um dos mais castigados pelas mudanças climáticas, mas estar entre os menos poluentes, Max Tonela enfatizou que o país dispõe de enormes reservas de gás natural que o podem tornar num “ator importante” na cadeia de fornecimento, à escala global, e na transição energética para fontes limpas.
“Precisamos do apoio das instituições financeiras internacionais não só para financiar a adaptação climática, mas também para projetos de exploração de gás natural e diversificação de fontes energéticas, através de um recurso crescente às energias renováveis”, sublinhou.
O mundo, prosseguiu, ainda vai precisar de combustíveis fósseis, principalmente do gás natural, porque as fontes alternativas ainda são “intermitentes” e estão longe de garantir um fornecimento firme.
Max Tonela observou que Moçambique está a pagar uma pesada fatura do impacto das mudanças climáticas, através da devastação de infraestuturas económicas e sociais, bem como a perda de vidas humanas.
Ciclicamente, continuou, o país é afetado por inundações e ciclones.
Nesse sentido, o país está empenhado na descarbonização do planeta, colocando à disposição da África Austral e do mundo fontes energéticas consideradas menos poluentes, como é o caso do gás natural.
Ainda hoje, o ministro da Economia e Finanças moçambicano apresentou ao FMI e ao BM o pacote de medidas de recuperação da economia recentemente aprovadas pelo executivo de Maputo.(Lusa)