A Intellica, uma empresa moçambicana de consultoria, esclareceu, ontem, que o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, não é acionista da empresa. O esclarecimento, dado aos jornalistas, surge na sequência da constante associação do nome do governante à consultora, sempre que esta ganha concursos públicos.
Segundo Noraly Nhantumbo, CEO da Intellica, Celso Correia retirou-se daquela empresa em 2016 (um ano após a sua nomeação como Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural no primeiro mandato de Filipe Jacinto Nyusi), sendo que a sua participação foi comprada pelos consultores/gestores da empresa.
Hoje, garantiu Nhantumbo, a Intellica é exclusivamente propriedade dos actuais gestores da empresa. Celso Correia, refira-se, era acionista da Intellica através da sua empresa Insitec Capital, SA.
O esclarecimento, disse Nhantumbo, visa dissipar quaisquer equívocos em torno da ligação da empresa com o governante, de modo a salvaguardar a imagem da consultora. No entanto, a fonte assegurou que a empresa nunca perdeu negócio e muito menos ganhou concurso devido a esta suposta ligação com Celso Correia.
Sublinhe-se que a Intellica tem sido, várias vezes, associada à figura de Celso Correia, alegando-se, aliás, que a consultora tem ganho concursos públicos devido a protecção política, patrocinada pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
A última polémica, por exemplo, está relacionada com a contratação da empresa para prestar consultoria ao IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado), no âmbito da extinção da empresa pública Correios de Moçambique. A Intellica foi responsável pela avaliação do património a ser liquidado e os resultados foram alvos de crítica por parte da opinião pública, em particular pelo Centro de Integridade Pública (CIP), que acredita ter sido subavaliado.
Aos jornalistas, Noraly Nhantumbo manifestou a sua insatisfação, afirmando que a empresa cumpriu com todos requisitos necessários para a elaboração daquele trabalho. Sublinhou que a avaliação feita é exclusivamente técnica e não de mercado, pelo que, a Intellica sentiu-se injustiçada com as críticas feitas ao seu trabalho.
Referir que a Intellica é uma empresa moçambicana, de capital 100% nacional, fundada em 2006, desenvolvendo e gerindo soluções flexíveis, confiáveis e inovadoras em tecnologia da informação e comunicação, que contribuem para aumentar a eficiência de empresas de diferentes segmentos de mercado. (Carta)