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O alto custo dos combustíveis no país é para os pescadores industriais e semi-industriais um problema crónico. Assim sendo, para reverter o cenário, o sector exige regime específico de importação de combustíveis.
Por consequência do alto custo de combustíveis, este ano em particular e devido à instabilidade nos mercados mundiais, os operadores afirmam que o problema irá de certeza aumentar os já elevados custos operacionais, pois só o gasóleo representa cerca de 42% do custo operacional das empresas de pesca.
Nesse âmbito, o Secretário-geral da Associação Moçambicana de Armadores de Pesca Industrial de Camarão (AMAPIC), Muzila Nhatsave, disser ser urgente “a necessidade de permitir a este sector que abasteça a sua frota em regime de bunkers, que é prática em vários países, onde o sector pesqueiro tem um regime especial na aquisição de combustíveis”, caracterizado pela redução de taxas de importação dos líquidos para estimular o sector.
“Caso contrário, o cenário é pouco animador, pois a já baixa competitividade das nossas empresas em relação à concorrência irá deteriorar-se, por não haver da nossa parte capacidade e possibilidade de baixar preços pelas razões acima mencionadas”, adiantou Nhatsave.
O Secretário-geral da AMAPIC falava, há dias, na cidade da Beira, num evento dirigido pela Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, em que também participaram dirigentes da província de Sofala e empresários do sector das pescas.
Na ocasião, Nhatsave disse que preocupam ainda a Indústria os recentes anúncios de prospecção e pesquisas de petróleo e gás no banco de Sofala, a mais rica região de pesca do país. Com as actividades sísmicas, os operadores receiam que haja perturbações futuras que possam prejudicar a pesca industrial.
Para evitar danos à actividade pesqueira, os operadores do sector apelaram à Ministra do pelouro a inclusão do sector no acompanhamento deste processo para que as preocupações sejam tomadas em consideração no processo de tomada de decisão, tendo em conta que a pesca explora recursos renováveis e é responsável não só pela alimentação de milhões de moçambicanos, como também alternativa a falta de emprego e renda da nossa população. (Evaristo Chilingue)
